Zelesnky garante ajuda à UE para “resistir à pressão energética” de Moscovo
Ucrânia
28 de jul. de 2022, 12:24
— Lusa/AO Online
"Vamos
aumentar as nossas exportações de eletricidade para os consumidores da
União Europeia", explicou o chefe de Estado ucraniano no seu discurso
noturno de vídeo diário.As declarações
surgem um dia depois do acordo dos países membros da UE para reduzir o
consumo de gás de forma coordenada e, desta forma, ajudar a Alemanha,
após uma queda drástica nas entregas russas.Kiev e os europeus acusam Moscovo de usar o gás como uma arma económica e política.“Apesar
da guerra, garantimos a integração em tempo recorde das redes
ucranianas no sistema europeu”, sublinhou o Presidente ucraniano."As
nossas exportações permitem-nos não apenas aumentar os nossos ganhos em
moeda estrangeira, mas também ajudar os nossos parceiros a resistir à
pressão energética russa. Gradualmente, faremos da Ucrânia um país que
garante a segurança energética da Europa", acrescentou.O
objetivo é que, entre 01 de agosto deste ano e 31 de março de 2023, os
Estados-membros reduzam em 15% os seus consumos de gás natural (face à
média histórica nesse período, considerando os anos de 2017 a 2021), de
forma a aumentar o nível de armazenamento europeu e criar uma almofada
de segurança para situações de emergência, segundo fixaram os ministros
dos 27 Estados-membros no final de um Conselho extraordinário de
Energia.A proposta teve a oposição inicial
de países como Portugal, Espanha, Grécia e Polónia, nomeadamente pela
falta de interconexão energética com o resto da Europa, mas foram depois
introduzidas derrogações para ter em conta especificidades como elevada
dependência da produção de eletricidade a partir do gás, falta de
sincronização com a rede elétrica europeia ou ainda falta de
interconexão direta no gás.As tensões
geopolíticas devido à guerra na Ucrânia têm afetado o mercado energético
europeu, já que a UE importa 90% do gás que consome, sendo a Rússia
responsável por cerca de 45% dessas importações, em níveis variáveis
entre os Estados-membros. Em Portugal, em 2021, o gás russo representou
menos de 10% do total importado.A UE
receia que a Rússia interrompa o fornecimento de gás à Europa no outono e
inverno e, precisamente na véspera deste Conselho de Energia, o grupo
russo Gazprom anunciou que vai reduzir drasticamente, a partir de
quarta-feira, o fornecimento de gás russo à Europa através do gasoduto
Nord Stream, justificando a redução com a manutenção de uma turbina, um
argumento considerado pouco credível por muitos Estados-membros,
incluindo a Alemanha.Volodymyr Zelensky
também analisou a destruição parcial da ponte Antonivski, na região de
Kherson, no sul, ocupada pelos russos e que o Exército de Kiev está a
tentar reconquistar com contraofensivas."Todas
as pontes serão obviamente reconstruídas, mas por nós", sublinhou,
adiantando que o ataque a esta ponte estratégica para o abastecimento do
Exército russo visou "quebrar os projetos do inimigo”.