Zelensky confirma "plano preliminar" de paz que vai discutir com Trump
Ucrânia
Hoje 17:58
— Lusa/AO Online
"O Presidente ucraniano recebeu
oficialmente um plano preliminar dos Estados Unidos que, segundo a
avaliação norte-americana, poderá revitalizar a diplomacia", declarou o
gabinete presidencial numa mensagem publicada na rede social Telegram. O
líder ucraniano, Volodymyr Zelensky, planeia discutir nos próximos dias
“as opções diplomáticas disponíveis e os principais pontos necessários
para a paz", com o homólogo norte-americano, Donald Trump, referiu a
mesma mensagem."Estamos prontos para
trabalhar construtivamente com o lado norte-americano e os nossos
parceiros na Europa e em todo o mundo para alcançar a paz", acrescentou.Zelensky
tem um encontro marcado para hoje em Kiev com responsáveis do Pentágono
(Departamento da Defesa dos Estados Unidos), segundo as autoridades
ucranianas.A reunião surge após a visita
do líder ucraniano à Turquia na quarta-feira, onde esperava que
Washington retomasse as conversações de paz. No entanto, o enviado da
Casa Branca (presidência norte-americana), Steve Witkoff, que
alegadamente discutiu o plano norte-americano com o Kremlin (presidência
russa), não compareceu.Vários órgãos de
informação internacionais, incluindo o portal de notícias
norte-americano Axios, revelaram na quarta-feira uma proposta de 28
pontos de Washington, que implica a cedência do território ucraniano
ocupado pela Rússia e a redução das forças armadas da Ucrânia para 400
mil efetivos.Em reação, a presidência
russa comentou hoje que a proposta norte-americana não traz "nada de
novo” em relação ao que foi discutido na cimeira dos líderes dos Estados
Unidos e da Rússia, em agosto no Alasca, apesar de o Axios indicar que
foi preparada em articulação com Moscovo. O
porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, recorreu a um jogo de palavras
para responder evasivamente aos jornalistas que o questionaram sobre o
assunto."Não existem hoje consultas propriamente ditas. Os contactos, sem dúvida, existem", afirmou.Peskov
recorreu ainda à argumentação habitualmente usada por Moscovo sobre o
conflito, observando que "qualquer momento é bom para uma resolução
pacífica", desde que a solução elimine as suas “causas profundas”.A
alta representante para os Negócios Estrangeiros da União Europeia (UE)
rejeitou hoje, pelo seu lado, qualquer plano que não tenha o acordo da
Ucrânia, enquanto país invadido, e a participação europeia, recordando a
Washington de que, neste conflito, "há um claro agressor e uma vítima".Kaja
Kallas disse, antes do início de uma reunião dos ministros dos Negócios
Estrangeiros dos 27, em Bruxelas, que o encontro iria debruçar-se sobre
as "notícias recentes".O Reino Unido,
outro aliado importante de Kiev, comentou que cabe aos ucranianos
decidirem o seu futuro, embora partilhe o desejo do Presidente
norte-americano, Donald Trump, em pôr fim à guerra. “A
Rússia poderá fazê-lo amanhã, retirando as suas forças e pondo fim à
sua invasão ilegal, mas, em vez disso, [Vladimir] Putin continua a
enviar uma vaga de mísseis e drones para a Ucrânia, destruindo a vida de
ucranianos inocentes, incluindo crianças e idosos”, afirmou um
porta-voz do primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, citado pelo
jornal The Guardian.