O tema foi hoje um dos que marcou a sessão de controlo ao Governo no Congresso de Deputados em Madrid, impulsionado pelos resultados das eleições regionais na Galiza e particularmente no País Basco.

A perda de apoio eleitoral dos nacionalistas enfraqueceu o apoio que tanto o Partido Nacional Basco (PNV), como o Bloco Nacionalista Galego (BNG) poderão vir a dar no futuro ao Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE), que governa sem maioria absoluta em Madrid.

Especialmente preocupante para os socialistas é o futuro do apoio do PNV, que apesar de ter vencido as eleições do País Basco poderá ficar fora do executivo, afastado pelos socialistas (PSE) que governarão com apoios do Partido Popular (PP).

Dado este cenário, as atenções voltam-se por isso para os partidos da Catalunha, tanto os nacionalistas da CiU (mais conservadores) como os independentistas da Esquerda Republica da Catalunha (ERC).

Joan Ridao, porta-voz do ERC no parlamento levantou hoje o tema na sessão de controlo, afirmando que depois do “incumprimento” do prometido pelos socialistas na passada legislatura e dos resultados das eleições galegas e bascas, o PSOE está hoje “sem oxigénio”.

Neste cenário, advertiu que os partidos da Catalunha não serão aliados do Governo sem contrapartidas, num cenário em que a região “deixou de ser problema para passar a ser solução”.

Para Ridao, Zapatero ficará “sem qualquer salva-vidas” se não chegar “a um bom acordo, o mais rapidamente possível” em torno de um novo modelo de financiamento autonómico.

Apesar dessas ameaças, José Luís Rodríguez Zapatero, mostrou-se confiante de ter suficiente apoio no Congresso para que continue a avançar “o projecto progressista” do partido e do Governo.

Para Zapatero o projecto aposta numa Espanha plural em que “haverá possibilidades de entendimento”, ainda que se os restantes partidos “actuarem pensando em expectativas eleitorais” isso criará “mais dificuldades”.

Apesar de terça-feira, quando se votaram várias iniciativas legislativas da oposição, se terem mostrado novamente as dificuldades dos socialistas na aprovação dos seus projectos, Zapatero manifestou-se hoje optimista”.

O Governo, insistiu, trabalhará como o fez na passada legislatura, procurando um projecto que pretende alargar direitos, liberdades e políticas sociais, apoiar o emprego e colocar Espanha, internacionalmente, à frente da luta contra a pobreza e a alteração climática.

Na sua opinião, os 169 deputados socialistas, que representam quase 11 milhões de cidadãos, devem ser “uma base suficiente” para chegar a acordos e, para conseguir esse objectivo, prometeu “a máxima vontade de diálogo” do partido e do Governo.