Xutos regressam aos palcos na 5.ª feira em Lisboa após pausa prolongada pela covid-19
8 de jul. de 2020, 08:31
— LUSA/AO online
No último dia de 2019, os Xutos & Pontapés
atuaram no Terreiro do Paço, na Festa de Fim Ano de Lisboa. Este ano,
tinham “tudo preparado para voltar a tocar por volta do 25 de Abril e o
grande concerto no 01 de maio na Altice Arena com a Orquestra
Filarmónica Portuguesa”, recordou o vocalista da banda, Tim, em
declarações à Lusa. “E agora estaríamos em
‘tournée’ regular, mas tudo deu a volta, como deu a toda a gente”,
disse, em referência às alterações na vida dos cidadãos em todo o mundo,
devido à pandemia da covid-19, cujo primeiro caso em Portugal foi
detetado no início de março.O concerto de
quinta-feira no Tivoli “acaba por ser uma novidade, dentro dos novos
tempos”, com a lotação da sala reduzida e o público obrigado a manter a
máscara durante o espetáculo.“Pode haver alguma novidade, alguma estranheza, mas espero que corra tudo muito bem”, afirmou.Ao
longo de 41 anos de carreira, lembrou Tim, a banda passou “por coisas
parecidas, agora assim tão geral e com tanta gente envolvida, não”. “Realmente é muito complicado, mas temos de olhar em frente”, declarou.Tal
como a maioria dos portugueses, também os elementos dos Xutos &
Pontapés estiveram “confinados, cada um na sua casa, longe uns dos
outros”. “Só há bem pouco tempo é que começámos a ter encontros mais regulares”, contou Tim.Esses
encontros serviram para ensaiar o espetáculo de quinta-feira, que vai
incluir “ainda muitos temas dos 40 anos, uma ‘tournée’ que acabou por
ficar interrompida, e mais umas coisitas diferentes que ficaram na moda
agora no covid, mas, fundamentalmente, são as músicas dos Xutos e é um
concerto dos Xutos”.Depois do concerto no Tivoli, a banda já tem outras atuações agendadas, mas mesmo essas “não estão garantidas”.“Estamos
ainda numa fase de combate à pandemia e ainda estamos dependentes de
muitas coisas. Mas se tudo correr bem haveremos de tocar outra vez em
breve”, referiu.Os Xutos & Pontapés
editaram, no final do ano passado, "40 Anos a Dar no Duro", um duplo
álbum que reúne as 40 músicas mais marcantes da carreira da banda,
alinhadas por ordem cronológica.O mais recente álbum de originais, “Duro”, data de janeiro do ano passado, quando a banda completou 40 anos de carreira."Duro"
foi o primeiro álbum que Kalú, Tim, João Cabeleira e Gui editaram sem o
guitarrista Zé Pedro, que morreu em 2017, mas o registo inclui
gravações feitas ainda por este músico.O
nascimento oficial dos Xutos & Pontapés aconteceu em 13 de janeiro
de 1979 no salão de baile dos Alunos de Apolo, em Lisboa, numa noite em
que tocaram quatro músicas em pouco mais de cinco minutos. Na
altura, o grupo, que chegou a chamar-se Delirium Tremens e depois
Beijinhos e Parabéns, integrava os jovens Zé Pedro, Kalú, Tim e Zé
Leonel, influenciados pelo punk-rock que entrava em força na cena
musical estrangeira.Quarenta e um anos
depois, o grupo persiste na música portuguesa com mais de uma dezena de
álbuns e muitas canções que servem de âncora para um clã do rock com
milhares de fãs de várias gerações.