XIV Governo Regional da Madeira tomou posse na Assembleia Legislativa
18 de out. de 2023, 09:37
— Lusa/AO Online
O novo
Governo Regional, novamente chefiado pelo social-democrata Miguel
Albuquerque, é composto por oito secretarias regionais, menos duas do
que o anterior, sendo reconduzidos seis dos seus titulares. O
XIV Governo Regional (2023-2027) é composto pelas secretarias regionais
da Educação e Ciência (Jorge Carvalho), Saúde e Proteção Civil (Pedro
Ramos), Turismo e Cultura (Eduardo Jesus), Inclusão Social e Juventude
(Ana Sousa), Agricultura e Ambiente (Rafaela Fernandes), Equipamentos e
Infraestruturas (Pedro Fino), Finanças (Rogério Gouveia), Economia, Mar e
Pescas (Rui Barreto).A Assembleia
Legislativa da Madeira, o principal órgão de governo próprio da região,
será novamente presidida pelo centrista José Manuel Rodrigues, reeleito
na quinta-feira com 40 votos a favor, num total de 47 deputados que
compõem o parlamento regional.Numa
intervenção na cerimónia de tomada de posse do novo executivo insular,
José Manuel Rodrigues elencou um conjunto de desafios e problemas que as
autoridades regionais terão de enfrentar nos próximos anos, salientando
que “só será possível” dar uma resposta “com rapidez e eficácia” com
“mais autonomia legislativa e fiscal e a capacidade de fazer leis e ter
políticas adequadas” à realidade regional.Por
isso, “o desígnio desta legislatura terá de ser a ampliação dos nossos
poderes e competências”, salientou, acrescentando que a revisão da
Constituição em curso na Assembleia da República “é uma mera simulação
que visa apenas maquilhar o sistema político e fazer de conta que se
avança na autonomia” regional. “Esta
situação tem de ser desmascarada, num momento em que algumas
instituições da República nem reconhecem os atuais poderes
constitucionais das regiões autónomas, pois já nem sequer querem ouvir a
nossa opinião, sendo disso exemplo o que aconteceu nas leis da
eutanásia e da droga e, agora, na chamada Lei do Mar, em que nos retiram
a palavra e as decisões que nos competem sobre as nossas águas
territoriais”, reforçou o presidente da Assembleia Legislativa da
Madeira. José Manuel Rodrigues reconheceu
que o desígnio de alcançar mais autonomia “enfrentará os maiores
obstáculos e dificuldades face a um feroz centralismo que ganha terreno
nalguns órgãos de soberania e nalguns círculos político-partidários
lisboetas”, mas manifestou-se convicto de que, se os interesses
regionais forem colocados acima dos interesses partidários, a Madeira
vai conseguir “derrotar os adversários das autonomias” e “fazer vingar”
as suas ideias e direitos.“A caminho dos
50 anos da celebração da democracia e dos 50 anos da conquista da
autonomia, há que ultrapassar divergências, unir esforços e lutar pelos
interesses e direitos das nossas ilhas”, apontou.Entre
os problemas e desafios dos próximos anos, o presidente do parlamento
madeirense destacou, entre outros, o envelhecimento da população, o
agravamento das doenças mentais e das toxicodependências, as alterações
climáticas, a adequação dos salários, a crise da habitação, o
acolhimento de imigrantes, a modernização da economia e a renegociação
da dívida regional junto do Estado.O novo
executivo terá também pela frente “a tarefa de enfrentar não só as
consequências económicas de duas guerras, como de, internamente,
assegurar a estabilidade política e cumprir o seu programa, sem deixar
de atender aos sinais emitidos pela população nas últimas eleições”,
sublinhou.O presidente da Assembleia
Legislativa da Madeira deixou ainda uma palavra aos madeirenses afetados
pelos incêndios dos últimos dias, enaltecendo a sua “coragem,
resistência […] e a enorme capacidade e unir esforços e enfrentar
situações muito adversas”.De acordo com o
resultado oficial das eleições legislativas da Madeira, já publicado em
Diário da República, a coligação PSD/CDS-PP, cuja lista foi encabeçada
por Miguel Albuquerque, líder dos social-democratas madeirenses e
presidente do executivo desde 2015, teve 58.394 votos (44,31%), mas
ficou a um deputado da maioria absoluta, elegendo 23 representantes num
total de 47 que compõem o parlamento regional.Na
sequência do resultado eleitoral, a deputada única eleita pelo PAN,
Mónica Freitas, e o presidente do PSD/Madeira negociaram um acordo de
incidência parlamentar para a legislatura, garantindo assim a
viabilização do terceiro executivo chefiado por Miguel Albuquerque.A
coligação PSD/CDS-PP elegeu 23 deputados, o PS 11, o JPP cinco e o
Chega quatro, enquanto a CDU (PCP/PEV), o BE, o PAN e a IL elegeram um
deputado cada.