W52-FC Porto confia em ciclistas suspensos mas lutará pela Volta com outros
25 de jul. de 2022, 17:40
— Lusa/AO Online
“Face
às últimas notícias veiculadas pela comunicação social a propósito da
suspensão preventiva de oito dos seus atletas, a W52-FC Porto vem
esclarecer que sempre pugnou pela verdade e o fair-play desportivo, bem
como pela condenação do uso de quaisquer substâncias dopantes”, começa
por dizer o comunicado assinado por Adriano Quintanilha, o ‘patrão’ da
equipa, e publicado no sítio oficial do FC Porto.A
nota indica que a equipa, que se encontra “a colaborar ativamente com
as entidades Reguladoras e Fiscalizadoras do ciclismo em Portugal,
designadamente a Federação Portuguesa de Ciclismo e a ADoP, em busca da
verdade desportiva”, alinhará na próxima Volta a Portugal sem “os
atletas suspensos”. “Os resultados
alcançados nos últimos anos, com indiscutível mérito desportivo,
continuam, não obstante, a justificar a confiança que a equipa deposita
nos ciclistas entretanto suspensos preventivamente pela ADoP, cuja
presunção de inocência se mantém intacta até prova em contrário”,
acrescenta.Em 15 de julho, oito ciclistas e
dois elementos do ‘staff’ da W52-FC Porto foram suspensos
preventivamente pela Autoridade Antidopagem de Portugal (ADoP) no âmbito
da operação ‘Prova Limpa’.No dia
seguinte, a identidade de seis desses ciclistas foi conhecida quando os
mesmos foram impedidos de alinhar na terceira etapa do Grande Prémio
Douro Internacional, que acabou por ser conquistado por José Neves, o
único representante da equipa que continuou em prova. Foram
afastados Ricardo Vilela e José Gonçalves, além de quatro antigos
vencedores da Volta a Portugal: João Rodrigues (2019), Rui Vinhas
(2016), Ricardo Mestre (2011) e Joni Brandão, que ‘herdou’ a vitória na
edição de 2018 depois da desclassificação, por doping, do também
‘dragão’ Raúl Alarcón.Na sexta-feira, a
organização da Volta a Portugal confirmou a presença da W52-FC Porto na
83.ª edição da prova, que decorre entre 04 e 15 de agosto, entre Lisboa e
Gaia, com o diretor, Joaquim Gomes, a argumentar que a equipa não está
suspensa e que poderia participar com outros corredores contratados na
‘janela de novas inscrições’, que abre em 01 de agosto.Hoje,
Quintanilha defendeu que a participação dos ‘dragões’ na corrida
‘rainha’ do calendário nacional “trará uma motivação acrescida a todos
os atletas e dirigentes, que saberão lutar pela vitória na estrada,
honrando um clube e uma equipa que tem vindo a dominar o panorama do
ciclismo nacional com indiscutível mérito”.Além
dos ciclistas que alinhavam no GP Douro Internacional, a W52-FC Porto
conta ainda nas suas fileiras com Amaro Antunes, três vezes vencedor e
bicampeão em título da Volta (2021, 2020 e 2017), Jorge Magalhães,
Samuel Caldeira e Daniel Mestre, estes últimos também suspensos, segundo
confirmou Quintanilha ao jornal Record.No
final de abril, 10 corredores da W52-FC Porto foram constituídos
arguidos e o diretor desportivo da equipa, Nuno Ribeiro, foi mesmo
detido, assim como o seu adjunto, José Rodrigues, no decurso da operação
‘Prova Limpa’, a cargo Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP)
do Porto.“A operação policial, envolvendo
um total de cerca de 120 elementos provenientes da Diretoria do Norte e
ainda das Diretorias do Centro e do Sul, da Unidade Nacional de Combate
à Corrupção e dos Departamentos de Investigação Criminal de Braga, Vila
Real e Guarda, contou ainda com a colaboração da ADoP”, detalhou a PJ,
em 24 de abril.A estrutura W52, ligada ao
FC Porto há seis épocas, venceu as últimas nove edições da Volta a
Portugal, mas os triunfos do seu corredor espanhol Raúl Alarcón, em 2017
e 2018, foram-lhe retirados também por “uso de métodos e/ou substâncias
proibidas”.