Votos dos norte-americanos elegem mais do que o Presidente

EUA/Eleição

2 de nov. de 2020, 17:04 — Lusa/AO Online

Estas serão as decisões mais relevantes da noite eleitoral:CONGRESSO - Câmara de RepresentantesOs 435 assentos na Câmara dos Representantes serão renovados, havendo atualmente maioria democrata de 237-197. As sondagens apontam para uma possível expansão do controle dos democratas e a presidente da câmara, a deputada Nancy Pelosi, já anunciou que tentará permanecer no cargo. Entre as figuras em ascensão está a jovem estrela democrata Alexandria Ocasio-Cortez, que deve manter o seu lugar.- SenadoNo senado, o resultado é mais incerto e será um dos pontos mais importantes da noite eleitoral. Os republicanos controlam a câmara alta por uma margem estreita: 53-47. Desta vez, apenas 35 dos 100 senadores são renovados. Os democratas consideram possível conquistar a maioria, já que 23 desses 35 estão agora nas mãos dos republicanos, e muitos deles enfrentam disputas renhidas.O controlo do senado é fundamental, pois é aí onde se confirmam os altos cargos do Governo e dos juízes do Supremo Tribunal Federal.GOVERNADORESOs governadores de 11 dos 50 estados do país também são decididos nesta votação: Missouri, Montana, Carolina do Norte, New Hampshire, West Virginia, Delaware, Indiana, Dakota do Norte, Utah, Vermont e Washington. Nos EUA, os estados têm ampla margem de autonomia, pelo que controlar as casas dos governadores é uma importante alavanca de poder.COLÉGIO ELEITORALA eleição presidencial nos Estados Unidos não resulta do voto direto dos cidadãos, mas é o Colégio Eleitoral, de 538 membros, distribuídos na proporção da população de cada estado, que decide a vitória de um candidato.Para alcançar a vitória, são, assim, necessários mais de 270 votos do Colégio Eleitoral.Há quatro anos, embora Trump tenha tido cerca de 3,2 milhões de votos a menos do que sua rival democrata Hillary Clinton, o candidato republicano conquistou a vitória conseguindo mais votos no Colégio Eleitoral.ESTADOS-CHAVEDado que a maioria dos estados vota de forma inequívoca e repetida num dos partidos, tudo é decidido num punhado de estados, cerca de uma dúzia.Como as tendências demográficas mudaram a face do país, os tradicionais Ohio (20 eleitores) Florida (29), Pensilvânia (20), Ohio (18) e Carolina do Norte (15) juntam-se, desta vez, a vários estados do cinturão industrial, como Wisconsin (10) e Michigan (16), e do oeste, como Arizona (11) e Nevada (6).O QUE MAIS SERÁ VOTADONestas eleições, uma série de iniciativas populares também são votadas, de acordo com cada estado.Eleitores em quatro estados (Dakota do Sul, Nova Jersey, Arizona e Montana) decidirão se legalizam o uso recreativo da marijuana.Na Florida, será votado o aumento progressivo do salário mínimo de 10 dólares (cerca de 8,5 euros) por hora, em 2021, para 15 dólares (cerca de 13 euros) por hora, em 2026.No Texas, a proposta número 4 procura endossar o apoio explícito ao muro de fronteira com o México: “O Texas deve apoiar a construção de uma barreira física ou muro e o uso de equipamentos de vigilância de defesa existentes ao longo de toda a fronteira sul do estado?”, lê-se no texto do boletim.QUANDO SERÃO CONHECIDOS O RESULTADOS FINAISNormalmente, os norte-americanos vão para a cama tarde, na terça-feira das eleições de novembro, mas já a saber quem é o novo Presidente, mas este ano a questão não parece tão clara. A pandemia fez disparar o número de votos pelo correio e, se o resultado for muito competitivo, pode demorar dias para se saber o resultado, já que todos esses votos terão de ser contados.Embora as sondagens atribuam vantagem ao candidato democrata Joe Biden, alguns estados preveem um resultado muito próximo.A situação na Florida, por exemplo, antecipa um empate técnico, podendo ser necessário esperar até à contagem do último voto.Somam-se a isso as insinuações do Presidente Trump de possível fraude eleitoral e a possibilidade de serem questionados os resultados em caso de vitória de Biden.