Voto de protesto do BE/Açores sobre fecho de lojas SATA chumbado no parlamento regional
10 de set. de 2024, 15:57
— Lusa/AO Online
O
líder e deputado único do BE/Açores, António Lima, viu a proposta
apresentada na Assembleia Legislativa Regional, no arranque do
primeiro plenário após as férias de verão, ser votada favoravelmente
pelo PS (22 votos), pelo BE (um) e pelo PAN (um) e desfavoravelmente com
22 votos do PSD, quatro do Chega, um do PPM e outro da IL.Na
apresentação do voto de protesto, António Lima lembrou que no dia 19 de
julho o Grupo SATA publicou um comunicado onde anunciava o encerramento
das lojas, a partir de agosto, e a transferência dos serviços e dos
recursos humanos para os balcões de atendimento das estruturas
aeroportuárias.Segundo o deputado, os
efeitos do fecho das lojas “já se fazem sentir com constrangimentos nos
balcões da SATA nos aeroportos, levando a uma grande sobrecarga para os
trabalhadores da companhia aérea”, apontando que os serviços do
aeroporto de Ponta Delgada, na ilha de São Miguel, têm tido “filas
intermináveis” de clientes.“Acresce a isso
que as distâncias mais longas que os clientes têm agora de percorrer, a
ausência de transportes públicos para muitos dos aeroportos da região e
os elevados preços do estacionamento penalizam desnecessariamente os
passageiros”, disse.Para o BE, “é
lamentável que a SATA tenha tomado uma decisão precipitada e irrefletida
em vez de procurar um diálogo com todas as entidades envolvidas que
permitisse encontrar soluções viáveis e benéficas simultaneamente para a
companhia aérea e para os seus clientes”.Por
seu lado, o deputado Paulo Simões, do PSD, classificou voto de protesto
de “estranho”, alegando que a decisão foi um ato de gestão e não houve
interferência do Governo Regional (PSD/CDS-PP/PPM).“Ao
invés de um voto de protesto devíamos estar aqui a louvar o serviço
prestado pela SATA Air Açores, que no verão IATA de 2023 disponibilizou
mais de 225 mil lugares do que em 2019, valores que deverão ser
ultrapassados no decorrer deste verão IATA que só termina em outubro”,
disse.Francisco Lima (Chega) considerou
que é preciso “acautelar determinadas zonas onde as pessoas ficam sem
acesso [às lojas SATA], nas ilhas pequenas”, mas “é um absurdo sustentar
coisas que são insustentáveis”.“O BE tem de provar que isso é uma decisão política, que é uma decisão antieconómica”, afirmou.O
deputado único da IL, Nuno Barata, disse que votava contra o voto de
protesto e que rejeita “qualquer tipo de tentativa, quer do parlamento,
quer do acionista, diretamente na gestão da companhia” aérea açoriana.Por
sua vez o socialista Carlos Silva salientou que o voto de protesto do
BE “permite realçar algumas contradições que foram apresentadas” pela
administração da SATA para justificar uma decisão que “foi precipitada,
mal fundamentada e que revela uma enorme insensibilidade para com as
populações mais frágeis que recorriam e que necessitam de recorrer às
lojas físicas em centros urbanos”.