Autor: Nuno Martins Neves
“Vim no ano passado e adorei. Voltei este ano e vou ficar uma semana em
São Miguel e depois vou conhecer a Terceira e o Faial”, disse uma dos
mais de 100 passageiros que vieram no voo inaugural da ligação entre o
aeroporto de Rodeos, na ilha de Tenerife (Canárias) e Ponta Delgada,
operado pela companhia Binter. A operação de um voo semanal às
terças-feiras iniciou-se ontem e termina a 21 de outubro. O avião, um
Embraer E195-E2 com capacidade para 132 lugares por voo, irá realizar um
total de17 operações.
Outra passageira, que viajava com marido e
filho menor, apontava o “verde da natureza” como fator decisivo para a
escolha dos Açores.
Ao todo, a Binter preencheu 73% da sua
capacidade, um número que subiu para 80% no voo de regresso à ilha
espanhola. Números que deixam a secretária regional com a tutela do
Turismo satisfeita. “Para um primeiro voo, ter as duas pernas com esta
ocupação é de facto já muito promissor e eu espero que continue”,
afirmou Berta Cabral, lembrando que a Binter continua com a ligação Gran
Canária - Ponta Delgada que existe há já alguns anos, “correu de acordo
com as expetativas da companhia aérea canarina”.
A governante
explicou que há muita afinidade entre os Açores e as Canárias, sendo o
mercado espanhol o terceiro emissor, em termos de turistas, dos Açores.
“Portanto, julgo que esta rota será mais uma a fazer parte desta grande
conectividade existente entre os Açores e a Espanha”.
Berta Cabral
destacou ainda o facto de haver passageiros que depois seguem viagem
para outras ilhas da região, o que atesta uma das forças dos Açores como
destino turístico.
“O nosso objetivo é sempre ter turismo em todas
as ilhas e todo o ano. Eles vêm diretamente para aqui, ficam aqui algum
tempo e depois têm a possibilidade, através da SATA Air Açores, de
visitarem outras ilhas. Esta é a grande vantagem também do nosso
destino: ao oferecer vários destinos dentro de um destino, torna-se
apelativa a quem vem e que gosta de ter várias experiências e conhecer
várias variedades”.
A secretária regional do Turismo acrescentou,
ainda, que dessa forma é possível ter uma maior dispersão dos fluxos
turísticos por todas as ilhas. “Quer seja época alta, quer seja época
baixa, nós queremos levar sempre o turismo ao número máximo de ilhas
possível”.