Von der Leyen insiste na eficácia das vacinas e dá exemplo de Portugal
Covid-19
23 de nov. de 2021, 16:54
— Lusa/AO Online
Num debate no
Parlamento Europeu, em Estrasburgo (França), Ursula von der Leyen
começou por sublinhar que “a pandemia está longe de ter chegado ao fim”,
com “muitos Estados-membros a enfrentar uma nova vaga devido à variante
Delta”, e focou a sua intervenção na necessidade de prosseguir a
vacinação na União Europeia (UE), onde existem “enormes disparidades”,
com a taxa de vacinação da população adulta a variar entre os 29% e os
92%.“As vacinas protegem. Os dados mostram
que a probabilidade de uma pessoa vacinada ficar gravemente doente, ter
de ser hospitalizada ou morrer [de Covid-19] é muito mais baixa. E
podemos ver que na maioria dos países as camas de cuidados intensivos
estão ocupadas por pessoas ou que não foram vacinadas ou apenas
parcialmente. Por isso é muito clara a correlação”, disse. A
presidente do executivo comunitário destacou então que “em países como
Portugal ou Espanha, por exemplo, nos quais 80% a 90% dos adultos foram
vacinados, o risco de morrer de Covid-19 durante as primeiras duas
semanas de novembro era 30 vezes menor do que nos países com as mais
baixas taxas de vacinação”.“Olhando para a
taxa de mortalidade e hospitalizações, damo-nos conta de que assistimos
hoje a uma pandemia dos não vacinados. Por isso continua a ser uma
prioridade chave prosseguir a vacinação”, comentou Von der Leyen, que
lamentou as “enormes disparidades na UE”, onde “nalguns Estados-membros
apenas 29% dos adultos foram vacinados, enquanto noutros 92% dos adultos
receberam a vacina”.Segundo a presidente
da Comissão Europeia, há que “perceber melhor por que algumas pessoas
não se vacinam”, e é também necessário fazer campanhas de sensibilização
e fornecer informação clara, chegar às pessoas em todo o lado, em todos
os Estados-membros, e persuadi-las a vacinarem-se.Apontando
que também é importante avançar com as doses de reforço, para ajudar a
manter a imunidade elevada, Von der Leyen comentou que a Europa tem “a
felicidade de ter doses suficientes”, pelo que há simplesmente que
“continuar a seguir a ciência”.A terminar,
a líder do executivo comunitário reiterou que, além da vacinação, a
pandemia continua a exigir outras medidas, como o distanciamento físico,
a utilização de máscaras de proteção e regras de higiene.“Não
nos esqueçamos que na UE morrem diariamente 1.600 pessoas de Covid-19
[média da semana passada], pelo que a vacinação e as medidas sanitárias
são uma questão de solidariedade que salva vidas”, concluiu.Na
segunda-feira, e dirigindo-se igualmente aos eurodeputados no hemiciclo
de Estrasburgo, também a comissária europeia da Saúde, Stella
Kyriakides, já tinha salientado que a pandemia da Covid-19 está
atualmente a ser impulsionada sobretudo pelos não vacinados.Na
mesma intervenção, Stella Kyriakides frisou que o número crescente de
casos está, por sua vez, a aumentar a “hesitação vacinal”, defendendo
que é imperioso pôr fim a esta dinâmica.Além
de insistir na necessidade da vacinação e de as pessoas continuarem a
seguir as recomendações sanitárias, a Comissão Europeia quer também
garantir que os Estados-membros continuam a agir de forma coordenada em
matérias como as viagens.Nesse sentido, o
executivo comunitário irá apresentar, ainda esta semana, uma proposta de
atualização das recomendações relacionadas com a livre circulação
dentro da UE.“A proposta, a ser adotada
esta semana, irá promover e reconhecer o importante papel do certificado
digital Covid-19 da UE que os viajantes transportam atualmente.
Atualizaremos também a recomendação sobre viagens para a UE a partir de
todo o mundo”, revelou a comissária em Estrasburgo.