Von der Leyen garante que UE “está preparada” para corte de gás russo
Ucrânia
27 de abr. de 2022, 11:52
— Lusa/AO Online
“O anúncio pela Gazprom
de que está a suspender unilateralmente a entrega de gás a clientes na
Europa é mais uma tentativa da Rússia de utilizar o gás como instrumento
de chantagem. Isto é injustificado e inaceitável e mostra mais uma vez a
falta de fiabilidade da Rússia como fornecedor de gás, [mas] estamos
preparados para este cenário”, reagiu Ursula von der Leyen.Numa
declaração divulgada, horas após o anúncio da Gazprom, Ursula von
der Leyen assegurou estar “em estreito contacto com todos os
Estados-membros”.“Temos trabalhado para
assegurar entregas alternativas e os melhores níveis de armazenamento
possíveis em toda a UE. Os Estados-membros estabeleceram planos de
contingência para esse cenário e trabalhámos com eles em coordenação e
solidariedade”, precisou.E, de acordo com a líder do executivo comunitário, “uma reunião do grupo de coordenação do gás está a ter lugar neste momento”.“Estamos
a traçar a nossa resposta coordenada da UE. Continuaremos também a
trabalhar com parceiros internacionais para assegurar fluxos
alternativos e continuarei a trabalhar com os líderes europeus e
mundiais para garantir a segurança do aprovisionamento energético na
Europa”, adiantou Ursula von der Leyen, prometendo aos europeus que
“podem confiar” no “total apoio” e na “plena solidariedade” no espaço
comunitário.O grupo russo Gazprom anunciou
hoje que suspendeu todas as suas entregas de gás à Bulgária e à
Polónia, dois países membros da União Europeia por não terem feito o
pagamento em rublos.Em comunicado, a
Gazprom disse que notificou a empresa búlgara Bulgargaz e a empresa
polaca PGNiG da "suspensão das entregas de gás a partir de 27 de abril e
até que o pagamento seja feito em rublos". A
petrolífera estatal russa Gazprom já tinha avançado com a suspensão do
fornecimento de gás à Bulgária a partir de hoje, no mesmo dia em que o
primeiro-ministro búlgaro tem previsto um encontro com o Presidente da
Ucrânia, em Kiev.A Bulgária juntou-se
assim à Polónia, que também tinha anunciado que a Rússia iria
interromper o fornecimento de gás a partir de hoje perante a recusa em
fazer os pagamentos em rublos, como exige a administração da Gazprom,
controlada por Moscovo.Em entrevista à
agência Lusa, em Bruxelas, a presidente do Parlamento Europeu, Roberta
Metsola, defende um “embargo total” pela UE ao petróleo, gás e carvão
russos, devido à guerra na Ucrânia, considerando que o apoio europeu a
Kiev “ainda não é suficiente”.Prestes a
completar 100 dias no cargo, a presidente do Parlamento Europeu salienta
à Lusa que “a democracia não tem preço”, criticando que a UE tenha
“ignorado todos os sinais” e se tenha tornado “demasiado dependente do
Kremlin” devido à dependência energética europeia face aos fornecedores
russos.