Von der Leyen garante que proposta da PAC não será retirada
17 de nov. de 2020, 16:07
— Lusa/AO Online
“Reitero
que a Comissão [Europeia] não considera a hipótese de retirar” a
proposta da reforma da PAC, avançada em 2018, lê-se na carta que hoje
enviou Ursula von der Leyen, em resposta a dúvidas levantadas por
eurodeputados do Partido Popular Europeu (PPE), lembrando que esta
decisão seria sempre "uma possibilidade legal e institucional".Em
causa estão afirmações públicas do vice-presidente executivo da
Comissão para o Pacto Ecológico Europeu, Frans Timmermans, ameaçando
retirar a proposta por falta de ambição a nível ambiental.O
executivo comunitário - escreveu a sua presidente - “está convencido de
que o processo negocial entre as instituições, se sustentado por uma
determinação conjunta de honrar o nosso compromisso coletivo de
sustentabilidade, pode resultar numa PAC que se adequa ao objetivo”.Ursula
von der Leyen salientou ainda estar “orgulhosa” por o Parlamento
Europeu (PE) ter adotado os objetivos do pacto Ecológico e “lançado a UE
no caminho da neutralidade e sustentabilidade climática”.Outro
dos pontos destacados na carta respeita aos regimes ecológicos
(‘eco-schemes’) previstos na proposta, alertando Von der Leyen para
diferenças entre os pontos de vista do PE e do Conselho da UE, sendo que
ambos ficam aquém da ambição proposta pela Comissão, de atribuir pelo
menos 50% das verbas do segundo pilar da PAC (desenvolvimento rural) a
medidas ambientais.Na segunda-feira, três
responsáveis do PPE pela comissão de Agricultura do PE e os dois
eurodeputados do grupo político que foram responsáveis por relatórios
sobre a PAC 2021-2027 escreveram à presidente da Comissão Europeia,
questionando-a sobre as afirmações de Timmermans.“Alguns
dos pontos de vista recentemente expressos pelo vice-presidente
executivo Timmermans põem em causa elementos centrais da posição do
Parlamento Europeu sobre a reforma da PAC em termos de sustentabilidade
ambiental e climática”, salientaram.Também
ontem, no final de um conselho de ministros da Agricultura da UE, a
titular alemã da pasta (que preside às sessões até final do ano) disse
serem “inaceitáveis” as declarações do vice-presidente.A
nova PAC está a ser negociada em trílogos – PE, Conselho e Comissão –
estimando esta que o processo esteja concluído até à primavera de 2021
(sob a presidência portuguesa).Isto porque
os planos estratégicos nacionais têm que ser submetidos a Bruxelas o
mais tardar em janeiro de 2022 de modo a entrarem em vigor um ano
depois, no final das medidas transitórias previstas para evitar falhas
nas ajudas aos agricultores.