Von der Leyen estabelece alargamento como “prioridade fundamental” para futura Comissão
18 de jul. de 2024, 10:40
— Lusa/AO Online
“O
alargamento da nossa União é do nosso interesse fundamental e será uma
das principais prioridades da minha Comissão”, declarou Ursula von der
Leyen, intervindo perante os eurodeputados na sessão plenária na cidade
francesa de Estrasburgo.Neste discurso
sobre as suas prioridades políticas do próximo mandato, antes do voto em
plenário sobre a sua reeleição, Ursula von der Leyen apontou que “a
História está novamente à porta”.“Os
Balcãs Ocidentais, a Ucrânia, a Moldova e a Geórgia fizeram a sua
escolha livre, escolheram a liberdade em vez da opressão, escolheram a
democracia em vez da dependência, e alguns deles estão a pagar um preço
elevado por essa escolha, por isso temos de fazer a nossa escolha e
mostrar um compromisso firme [pois] o seu futuro será livre e próspero,
dentro da nossa União”, acrescentou.O alargamento é o processo pelo qual os Estados aderem à UE, após preencherem requisitos ao nível político e económico.Atualmente,
são países candidatos à UE a Albânia, Bósnia-Herzegovina, Geórgia,
Moldova, Montenegro, Macedónia do Norte, Sérvia, Turquia e a Ucrânia,
sendo o Kosovo um potencial candidato.A Ucrânia tem estatuto de país candidato à UE desde meados de 2022, meses depois do início da invasão russa.“A
nossa vizinhança é o lar do nosso futuro. Convidar países para a nossa
União é uma responsabilidade moral, histórica e política e é uma enorme
responsabilidade geoestratégica para a Europa porque, no mundo de hoje,
uma União mais alargada será uma União mais forte, reforçará a nossa voz
no mundo, ajudará a reduzir as nossas dependências e assegurará a
disseminação da democracia, da prosperidade e da estabilidade em toda a
Europa”, elencou Ursula von der Leyen.A
responsável prometeu ainda “apoiar os candidatos, trabalhando no
investimento e nas reformas e integrando-os, sempre que possível, nos
nossos quadros jurídicos”, garantindo que ainda assim “a adesão será
sempre um processo baseado no mérito”. No
seu discurso em relação ao setor da Defesa no espaço dos 27, a alemã
garantiu que a “proteção da Europa é um dever da Europa”, pelo que é
altura de se “construir uma verdadeira União Europeia da Defesa”. “Sim,
sei que há quem talvez se sinta desconfortável com a ideia. Mas o que
nos deve incomodar são as ameaças à nossa segurança”, assumiu Úrsula von
der Leyen.Perante despesas com a defesa
“demasiado baixas e ineficazes” e “despesas externas demasiado
elevadas”, deve ser criado um mercado único da defesa, com maior
investimento ou seja dar seguir o inscrito na Declaração de Versalhes. “Temos
de investir mais. Temos de investir em conjunto. E temos de criar
projetos europeus comuns. Por exemplo, um sistema de defesa aérea
abrangente - um Escudo Aéreo Europeu, não só para proteger o nosso
espaço aéreo, mas também como um símbolo forte da unidade europeia em
matéria de defesa”, defendeu.Ursula von
der Leyen apresentou o seu programa e propostas para uma eventual
reeleição, visando um novo mandato de cinco anos.Cabe
ao Parlamento Europeu aprovar, após a proposta do Conselho Europeu
feita no final de junho, o novo presidente da Comissão por maioria
absoluta (metade de todos os eurodeputados mais um), com Ursula von der
Leyen a ter de obter ‘luz verde’ de pelo menos 361 parlamentares (entre
720).