Von der Leyen destaca “marco na unidade europeia” e inovação em Portugal
UE/40 anos
Hoje 10:57
— Lusa/AO Online
“Há 40 anos, assinalámos um
marco na unidade europeia: Portugal e Espanha tomaram o devido lugar no
coração da Europa. Este momento tornou a nossa União melhor - cultural,
política e economicamente. Juntos, superámos muitos desafios,
partilhámos sucessos e tornámo-nos mais resilientes e podemos estar
verdadeiramente orgulhosos deste feito, que só foi possível através do
trabalho conjunto”, afirma Ursula von der Leyen.Numa
declaração enviada à Lusa a propósito do 40.º aniversário, que se
assinala a 01 de janeiro de 2026, a responsável apontou que, desde a
adesão, “este belo país - jardim à beira-mar plantado - tornou-se um
farol de liberdade, esperança e empreendedorismo”.“A
cultura rica e diversificada, do fado à arquitetura, a hospitalidade e o
espírito de inovação de Portugal enriqueceram a nossa União. Portugal
foi pioneiro em 'start-ups' e inovação. Os seus estudantes Erasmus
levaram Portugal à Europa, assim como o levaram profissionais de
formações diversas”, enumerou.Referindo-se
a infraestruturas suportadas por verbas europeias, Ursula von der Leyen
fala na construção de “novas escolas, hospitais e autoestradas, bem
como a Ponte Vasco da Gama, a mais longa da Europa”.“A
Europa é muito mais do que uma região - é uma ideia comum. A ideia de
liberdade, paz e força mútua. A adesão de Portugal mostra que, unidos,
somos mais fortes”, adiantou.Ursula von
der Leyen é presidente da Comissão Europeia desde 01 de dezembro de
2019, quando iniciou o primeiro mandato, sendo a primeira mulher a
ocupar este cargo.A política alemã, antiga
ministra da Defesa da Alemanha, está agora no segundo mandato de
liderança do órgão executivo da UE, depois de o primeiro ter sido
marcado por desafios como a pandemia da covid-19, a transição climática e
a resposta europeia a crises geopolíticas.A
01 de janeiro de 1986 foi concretizada a adesão de Portugal à CEE, que
provocou mudanças estruturais significativas para o país.Desde
a adesão, há 40 anos, o país já recebeu mais de 100 mil milhões de
euros em fundos europeus, aplicados sobretudo em infraestruturas
rodoviárias e ferroviárias, saneamento básico, educação e modernização
administrativa.Em termos económicos, de
acordo com os gabinetes estatísticos europeu e nacional, entre 1986 e a
atualidade o produto interno bruto (PIB) 'per capita' português em
paridades de poder de compra passou de cerca de 50–55% da média da então
CEE para valores próximos de 75% da média da agora UE, apesar de recuos
na crise financeira.A integração europeia
incluiu ainda a entrada no espaço de livre circulação Schengen, a
adoção do euro (em 1999, oficializada em 2002) e o acesso ao mercado
único, que impulsionou exportações e investimento estrangeiro.Em
concreto, as exportações passaram de cerca de 15% do PIB nos anos de
1980 para mais de 45% do PIB, com forte diversificação de mercados.Ao
mesmo tempo, aumentaram os níveis de escolaridade, a esperança média de
vida e a cobertura de serviços públicos essenciais, consolidando ganhos
económicos e sociais, embora persistam desafios em termos de
produtividade e de rendimentos.Num
Eurobarómetro divulgado em meados de dezembro deste ano, 69% dos
portugueses inquiridos afirmaram ter uma imagem positiva da UE, o valor
mais alto entre os 27 países-membros, e 71% disseram confiar nas
instituições europeias, também acima da média comunitária.Também
nesse estudo de opinião, Portugal constava entre os países com maior
percentagem de cidadãos que consideram que o país beneficiou da adesão à
UE.