Von der Leyen calcula em 2,4 biliões "poder de fogo" da UE para superar crise
Covid-19
27 de mai. de 2020, 13:07
— Lusa/AO Online
Discursando perante o
Parlamento Europeu, em Bruxelas, Von der Leyen sublinhou que o Fundo de
Recuperação da UE de 750 mil milhões que hoje propõe junta-se a uma
proposta (ligeiramente) revista do próximo quadro orçamental da UE para
2021-2027 de 1,1 biliões de euros, representando então as propostas hoje
apresentadas pelo seu executivo um montante de 1,85 biliões de euros.As
propostas de hoje “juntam-se às três ‘redes de segurança’ de 540 mil
milhões de euros já acordadas pelo Parlamento Europeu e pelo Conselho”,
apontou.A presidente do executivo
comunitário referia-se às linhas de crédito do Mecanismo Europeu de
Estabilidade (até 240 mil milhões de euros), ao programa ‘Sure’ para
combater o desemprego (instrumento cujo valor pode ser até 100 mil
milhões), e o fundo de garantia pan-europeu do Banco Europeu de
Investimento (BEI) até 200 mil milhões de euros para empresas em
dificuldades, em particular Pequenas e Médias Empresas.“No total, isto leva a que o nosso esforço de recuperação atinja um montante global de 2,4 biliões de euros”, sublinhou.A
Comissão Europeia diz esperar “um acordo político rápido” em torno das
propostas hoje avançadas, defendendo que “um compromisso ao nível do
Conselho Europeu até julho é necessário para conferir um novo dinamismo à
recuperação e equipar a UE com uma ferramenta poderosa para reerguer a
economia” europeia, fortemente atingida pela crise provocada pela
pandemia.A Comissão Europeia propôs hoje
um Fundo de Recuperação de 750 mil milhões de euros para a Europa
superar a crise provocada pela pandemia da covid-19, com dois terços
desse montante, 500 mil milhões de euros, a serem canalizados para os
Estados-membros através de subsídios a fundo perdido, e os restantes 250
mil milhões na forma de empréstimos.De
acordo com a proposta de Bruxelas, que deverá começar a ser discutida em
breve pelos 27 em sede de Conselho Europeu, Portugal poderá arrecadar
no total 26,3 mil milhões de euros do Fundo de Recuperação.O
executivo comunitário tem previsto atribuir ao país 15,5 mil milhões de
euros em subvenções (distribuídas a fundo perdido) e 10,8 mil milhões
de euros sob a forma de empréstimos (voluntários) concedidos em
condições favoráveis.Os países mais
afetados pela pandemia de covid-19, Itália e Espanha, poderão receber,
respetivamente, 172,7 mil milhões de euros (81,8 mil milhões de euros em
subsídios e 90,9 mil milhões em empréstimos) e 140,4 mil milhões de
euros (77,3 mil milhões de euros em subsídios e 63,1 mil milhões em
empréstimos).Os subsídios a fundo perdido
serão canalizados através de quatro canais, três dos quais novos: o
REACT EU (nova inciativa de apoio à coesão), a Ferramenta de Recuperação
e Resiliência, o novo Fundo para uma Transição Justa e através do
Desenvolvimento Rural.As propostas da
Comissão surgem no mesmo dia em que a presidente do Banco Central
Europeu (BCE), Christine Lagarde, alertou que a economia da zona euro se
vai contrair entre 8% e 12% este ano, mais do que tinha previsto antes.
Lagarde tinha previsto, após a
reunião do Conselho do BCE, no final de abril, que a zona euro poderia
sofrer uma contração entre 5% e 8%.