Voluntários salvam mais de 800 aves nas ilhas da Madeira, Açores e Canárias

17 de nov. de 2023, 13:07 — Lusa/AO Online

Em comunicado, a Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves (SPEA) explica que as cagarras, conhecidas como cagarros nos Açores, começam a sair do ninho em meados de outubro e usam a lua e as estrelas para se orientarem, mas as luzes artificiais “ofuscam a lua, confundindo ou encandeando as aves”, levando-as a “cair de exaustão ou a voar contra obstáculos como edifícios ou carros, arriscando-se a ficar feridas ou mesmo a morrer”.Outras espécies de animais também são afetadas pela poluição luminosa como insetos noturnos e morcegos, tendo também impacto na saúde humana, acrescenta.Para salvar essas aves marinhas, foi desenvolvido o projeto LIFE Natura@night, cofinanciado pela União Europeia, que envolve centenas de voluntários para assegurarem que as “aves juvenis têm sucesso na sua primeira viagem até ao mar”.Segundo a SPEA, no último mês, 93 voluntários na Madeira salvaram 123 aves, mais de 300 voluntários nos Açores salvaram 630 aves nas ilhas Graciosa, Corvo e São Miguel, e, nas Canárias, 31 voluntários ajudaram mais de 130 aves a chegar ao mar em Tenerife.As equipas de voluntários foram lideradas pela SPEA e pela Sociedade Espanhola de Ornitologia (SEO BirdLife).A SPEA afirma que, só nestes três arquipélagos, onde se reproduzem estas espécies de aves que pertencem ao grupo mais ameaçado do mundo, morrem 1.100 aves marinhas todos os anos devido à poluição luminosa.O projeto LIFE Natura@night conta com a parceria de vários municípios, governos locais e empresas de iluminação, que estão a desenvolver “Planos Diretores de Iluminação”, a ser implementados pelas autoridades locais para “estabelecer o padrão para iluminação pública amiga das aves e do ambiente”.Outro objetivo é que cidadãos, hotéis e organizações tomem medidas para “minimizar a poluição luminosa, como usar sensores, temporizadores e redutores de potência para evitar a iluminação desnecessária”.