Vodafone está "convicta da legalidade" da sua atuação e irá contestar decisão da Anacom
14 de nov. de 2022, 15:00
— Lusa/AO Online
A Autoridade Nacional
de Comunicações (Anacom) aplicou mais de 15 milhões de euros à Meo
(Altice Portugal), NOS, Vodafone e Nowo por alteração de preços sem
comunicação adequada, divulgou o regulador.A
Meo foi a operadora a quem foi aplicada a coima mais alta, de 6,677
milhões de euros, seguida da NOS (5,2 milhões de euros) e da Vodafone
Portugal (3,082 milhões de euros). Já à Nowo, a coima aplicada foi de
664 mil euros.Contactada pela Lusa, fonte
oficial da operadora salienta que "a Vodafone não se revê em qualquer
comportamento ilegal ou em desconformidade com a defesa dos interesses
dos seus clientes e está convicta de que atuou de forma diligente e
legal nas comunicações efetuadas aos seus clientes aquando das
alterações contratuais objeto da presente decisão da Anacom".A
mesma fonte salienta que, "para melhor compreensão da matéria que está
em causa, a esmagadora maioria dos casos analisados refere-se ao
conteúdo da comunicação via SMS enviada a clientes pré-pagos (que foi
complementada com informação áudio nos serviços de atendimento e/ou no
'site' Vodafone) onde se entendeu omissa a referência, no SMS, à
possibilidade de rescisão do serviço pré-pago, o qual - pela sua própria
natureza - não é objeto de fidelização ou de qualquer complexidade
extra de desativação".A Vodafone Portugal
"está convicta da legalidade da sua atuação e contestará esta decisão
nas instâncias judiciais competentes", conclui a fonte oficial.Anteriormente,
fonte oficial da Altice Portugal, dona da Meo, disse à Lusa que
discorda "totalmente das imputações" que são apontadas pela Anacom na
aplicação da coima e vai "impugnar judicialmente" a decisão.Estas
coimas, refere a entidade reguladora, em comunicado, decorrem destes
quatro operadores "terem adotado comportamentos suscetíveis de violar as
regras legais aplicáveis à comunicação de alterações dos preços
contratados em relação a um elevado número de assinantes, dos quais
resultou a prática de contraordenações graves, e por não terem prestado
informações à Anacom".Em concreto, "os
comportamentos adotados por estes operadores prendem-se com a falta de
informação, no prazo contratualmente previsto, sobre o direito de os
assinantes poderem rescindir os seus contratos sem qualquer encargo, no
caso de não concordarem com o aumento de preços propostos pelos
operadores", explica a Anacom. Além disso,
"está também em causa a não comunicação da proposta de aumento de
preços de forma adequada, pois, nuns casos, o valor concreto do aumento
só foi dado a conhecer aos assinantes muito depois destes terem sido
informados que os preços iriam aumentar e, em outros casos, pelo facto
de o valor concreto do aumento proposto não ter sido disponibilizado na
forma e no local indicado na comunicação da alteração contratual",
prossegue.