Viver sem plástico, carne e emissões de CO2 é o repto para a Hora do Planeta
28 de mar. de 2019, 18:38
— Lusa/AO Online
A
Hora do Planeta converteu-se “num movimento que vai muito mais além” do
que apagar a luz, explicou à agência noticiosa Efe Miguel Ángel
Valadares, da WWF, entidade que espera voltar a envolver milhares de
cidadãos em todo o mundo.Milhares de autarquias e empresas de quase 190 países juntar-se-ão ao apagão mundial de uma hora que se realiza desde 2007.A
novidade este ano inclui três apelos adicionais para todo o dia: não
comer carne, não consumir plásticos e não emitir CO2, como contributos
particulares para ajudar a reduzir a perda de biodiversidade.A
partir das 20h30 (menos uma nos Açores) de sábado, edifícios, monumentos, anúncios luminosos e
luzes artificiais, tanto de empresas como de particulares, vão
apagar-se durante 60 minutos, algo que “não deve assustar nada”,
sublinhou Valadares, já que este apagão é “um símbolo que põe em
contexto” a Hora do Planeta e apela para o compromisso ambiental.Apagar
da luz, é “apenas um gesto, mas muito forte”, porque conecta “centenas
de milhões de pessoas” e lhes pede para refletirem sobre “o que pode
fazer cada um para evitar a destruição da natureza”.Com
esta iniciativa, que se organiza no último sábado de março de cada ano,
a WWF quer “impulsionar uma série de hábitos que vão além do ato de
apagar a luz” e, “superando o simbolismo”, assinalar e enfrentar os
problemas que causam as alterações climáticas e a perda de
biodiversidade.No caso do repto do dia sem
carne, tratar-se de sublinhar “a enorme ocupação do sistema alimentar,
da agricultura e da pecuária intensivas”, cujas atividades se estendem
por “34% da superfície terrestre” e exercem uma pressão que se traduz em
“destruição de ecossistemas, emissão de CO2 e diminuição dos recursos
hídricos”. Com o dia sem plástico
pretende-se recordar que “todos os anos mais de 100 milhões de
toneladas” de resíduos deste tipo acaba na natureza, incluindo nos
oceanos, pelo que é preciso “eliminar o uso de plástico de uma só
utilização e reduzir o uso de plásticos em geral”.A
Hora do Planeta começou há 12 anos em Sidney, onde se estima que mais
de dois milhões de pessoas colaboraram com o apagão para uma poupança de
2% a 10% da energia consumida na cidade.A
WWF organizará atividades numa quinzena de grandes cidades por
considerar que há que conservar, mas também há que conversar sobre a
conservação, disse Valladares.