Viveiros açorianos com capacidade para produzir cerca de cinco milhões de plantas
1 de ago. de 2024, 14:58
— Lusa/AO Online
“O
investimento na melhoria dos viveiros florestais tem sido uma
constante, sendo exemplo disso mesmo este Viveiro Florestal e Centro de
Divulgação de Espécies Autóctones, um verdadeiro polo de atração para a
educação ambiental da ilha Terceira entre os mais jovens”, salienta o
secretário regional da Agricultura e Desenvolvimento Rural, António
Ventura, citado numa nota do Governo açoriano.A
espécie produzida nos viveiros florestais em maior quantidade, de
acordo com o Governo Regional (PSD/CDS-PP/PPM), é a criptoméria dos
Açores, por ser “a espécie florestal produtora de madeira que apresenta o
melhor crescimento vegetativo, pois está bem-adaptada à região".Segundo
António Ventura, que visitou hoje o Viveiro Florestal e Centro de
Divulgação de Espécies Autóctones das Fontinhas, na ilha Terceira, a
criptoméria “é uma essência florestal cuja madeira apresenta uma boa
procura de mercado, inclusivamente para exportação”. Em
2023, refere, "foram distribuídas na região cerca de 330 mil plantas
desta espécie, permanecendo ainda em viveiro para crescimento cerca de
760 mil”. Além de espécies florestais
exóticas como a criptoméria, os viveiros produzem outras resinosas, das
quais foram distribuídas, em 2023, cerca de 18 mil, permanecendo em
viveiro 87 mil, como os chamaeciparis, os pinheiros, as sequoias e
vários cedros, mas também folhosas, das quais foram distribuídas à volta
de 45 mil, permanecendo 125 mil em crescimento nos viveiros.Relativamente
a plantas ornamentais para espaços públicos, foram distribuídas e
utilizadas à volta de 15 mil, permanecendo ainda uma quantidade
considerável para crescimento. “Das nossas
espécies endémicas e autóctones dos Açores, foram distribuídas e
utilizadas pelos serviços florestais cerca de 216 mil, permanecendo em
viveiro para crescimento à volta de 470 mil”, acrescenta António
Ventura.O titular pela pasta da
Agricultura nos Açores adianta ainda que “atualmente existem nos
viveiros dos Serviços Florestais mais de 1,5 milhões de plantas para
plantação em local definitivo nas próximas épocas de plantação”. Ainda
de acordo com António Ventura, “a produção de espécies endémicas tem
vindo a aumentar ao longo dos anos”, fomentada pela “aprovação dos
planos de ordenamento das bacias hidrográficas da lagoa das Furnas e das
Sete Cidades, na ilha de S. Miguel, das bacias hidrográficas da ilha do
Pico, pela necessidade de arborização dos taludes de novas vias de
comunicação, de reconversão florestal de áreas de difícil
explorabilidade e de elevado risco de erosão", como linhas de água e de
cumeeira.Por outro lado, o aumento da
produção de espécies endémicas é ainda justificado por causa da
"reabilitação de ecossistemas florestais naturais degradados e da
rearborização de corredores ecológicos no perímetro florestal ou dos
ensaios experimentais no âmbito do Programa de Melhoramento Florestal,
que visa analisar o potencial produtivo das espécies endémicas
lenhosas”. “Concomitantemente, também
houve um aumento de interesse de proprietários privados, instituições de
ensino, autarquias e juntas de freguesia para a utilização das nossas
espécies endémicas, bem como um aumento da necessidade por parte de
vários projetos LIFE [para o ambiente], dos quais os Serviços Florestais
são parceiros e responsáveis pela produção de plantas endémicas
lenhosas dos Açores”, acrescentou o governante.