Vítor Oliveira critica ausência de preparação prolongada para a retoma da I Liga
Covid-19
2 de jun. de 2020, 12:58
— Lusa/AO Online
“Os jogadores querem e gostam de jogar,
mas é preciso criar condições para que apenas se preocupem em jogar
bem, ganhar e defender as cores do seu clube. Com as regras bem
definidas, que ainda não estão, é mais fácil para todos. Não diria que é
um futebol anormal, mas é diferente daquilo que estamos habituados”,
frisou o experiente técnico, na conferência de antevisão ao duelo com o
Portimonense.O campeonato vai ser reatado
na quarta-feira, com a deslocação dos minhotos ao terreno do
antepenúltimo classificado, no primeiro dos 90 desafios das últimas 10
rondas, que serão realizadas sob fortes restrições e sem público nos
estádios até 26 de julho, após quase três meses de paragem motivada pela
pandemia de Covid-19.“Trabalhámos
afincadamente para que os jogadores se apresentem em condições
satisfatórias, mas é uma situação completamente nova. Ninguém pode fazer
julgamentos precisos sobre como as equipas irão aparecer e como será a
qualidade dos jogos e os resultados. É uma incógnita grande e até nós
estamos curiosos”, contou.Defendendo que
os 18 clubes “arrancam em igualdade de circunstâncias”, Vítor Oliveira
mostrou-se satisfeito com o “empenhamento” do plantel gilista em “trazer
verdade desportiva e levar a prova até ao fim”, apesar da preocupação
com “dúvidas permanentes dos jogadores, que provocaram desconcentração e
afetaram a qualidade exigida”.“Não
fizemos uma coisa extremamente importante: aqueles particulares que
antecedem o início do campeonato e dão para aquilatar melhor o
potencial, valorização e crescimento da equipa. A parte física será
preocupante e teremos de ter muita atenção às lesões. Mais grave que
isso tudo, não ter público nos estádios é quase matar o futebol”,
criticou.Sem “grandes alterações” em
perspetiva, o treinador só pensa em “voltar rapidamente aos níveis de
confiança, físicos e psicológicos” verificados em meados de março, de
forma a culminar “com tranquilidade” o regresso administrativo ao
principal escalão, a partir do Campeonato de Portugal, na sequência do
‘caso Mateus’.“Não vamos dizer que a
manutenção está muito difícil, mas temos vários exemplos de equipas que
estavam praticamente garantidas e não conseguiram os objetivos. Penso
que isso não vai acontecer aqui, mas é muito importante não facilitar.
Damos as coisas por consumadas e depois andamos com as calças na mão sem
necessidade”, alertou.Ao abrigo do
protocolo estabelecido para o reinício da I Liga, os plantéis de
Portimonense, Gil Vicente, Famalicão e FC Porto submeteram-se no domingo
à primeira fase de despistagem obrigatória da Covid-19, com um período
de antecedência de 72 horas a cada encontro, tendo os ‘galos’ revelado
na segunda-feira a ausência de casos positivos.Vítor
Oliveira viajará ao Algarve sem o extremo brasileiro Lourency, suspenso
depois de ter cumprido uma série de cinco cartões amarelos no empate
caseiro frente ao Santa Clara (1-1), a 8 de março, enquanto o defesa
Fernando Fonseca sofreu uma lesão da sindemose, que tem implicado um
longo processo de recuperação pós-operatória.O
Gil Vicente, nono colocado, com os mesmos 30 pontos de Moreirense e
Santa Clara, visita o Portimonense, antepenúltimo, com 16, seis abaixo
da zona de salvação, na quarta-feira, às 19h00 (menos uma nos Açores), no Portimão Estádio, no
jogo inaugural da 25.ª jornada do campeonato, que é liderado pelo FC
Porto, com 60 pontos, mais um que o campeão Benfica.