Vítor Bento recusa dar mais explicações aos deputados

19 de set. de 2014, 18:38 — Lusa/AO online

A proposta de audição do antigo responsável, que decidiu sair do Novo Banco dois meses depois de aceitar liderar a instituição bancária que sucedeu ao BES, foi apresentada pelo PS e acolhida por unanimidade na reunião da Comissão de Orçamento, Finanças e Administração Pública (COFAP), da passada quarta-feira. Em declarações à Lusa, o presidente da COFAP, Eduardo Cabrita afirmou que Vítor Bento lhe transmitiu que “não tinha nada a acrescentar” e tudo “o que tinha a dizer foi dito no comunicado da semana passada”. Vítor Bento explicou os motivos da saída em duas cartas, uma dirigida aos colaboradores do Novo Banco e outra aos clientes, considerando que a mudança não tinha nada de “dramático” e que até poderia “beneficiar o banco”. Só os cidadãos com funções institucionais são obrigados a ir às comissões parlamentares permanentes, um dever que cessa quando abandonam os cargos. No entanto, são obrigados a ir às comissões de inquérito. O PCP propôs uma comissão de inquérito ao caso BES que foi hoje aprovada pela Assembleia da República com os votos favoráveis de todos os partidos. No dia 03 de agosto, o Banco de Portugal tomou o controlo do BES, depois de o banco ter apresentado prejuízos semestrais de 3,6 mil milhões de euros, e anunciou a separação da instituição em duas entidades distintas. No chamado banco mau ('bad bank'), um veículo que mantém o nome BES mas que está em liquidação, ficaram concentrados os ativos e passivos tóxicos do BES, assim como os acionistas. No 'banco bom', o banco de transição que foi chamado de Novo Banco, ficaram os ativos e passivos considerados não problemáticos.