Vitamina D3 e medicamentos para alergia e cancro reduzem replicação de vírus
9 de set. de 2021, 18:13
— Lusa/AO online
O
estudo, que pode abrir caminho a novas linhas de tratamento da covid-19,
foi publicado na revista científica PLOS Pathogens e realizado por uma
equipa de cientistas da Universidade de Manchester, que usou culturas de
células humanas infetadas com o SARS-CoV-2.De
acordo com a equipa, os medicamentos 'ebastina' (antialérgico com ação
anti-histamínica), 'amodiaquina' (antimalárico), 'atovaquona'
(anti-pneumonia), 'bedaquilina' (anti-tuberculose multirresistente),
'manidipina' (para a hipertensão), 'abemaciclib' e 'panobinostat'
(anticancerígenos) e a vitamina D3 (que possui propriedades
anti-inflamatórias e de reforço das defesas naturais) podem revelar-se
promissores no tratamento da covid-19, uma vez que travaram a replicação
do novo coronavírus em células humanas infetadas."O
nosso estudo identificou compostos que são seguros em humanos e mostram
eficácia na redução da infeção e replicação por SARS-CoV-2 em células
humanas", afirmam os autores, citados em comunicado pela PLOS Pathogens.Ensaios
clínicos terão, no entanto, de ser feitos para se confirmar se esses
compostos são adequados para o tratamento de doentes com covid-19,
ressalvam.Os
autores do estudo lembram ainda que, apesar de promissores, "não são
alternativas aos tratamentos existentes ou aos programas de vacinação"
contra a covid-19.Para
quantificarem a carga viral nas culturas de células humanas, os
investigadores usaram uma versão luminescente do SARS-CoV-2
(introduziram no vírus uma enzima que produz luz).Pelo
menos mais de 4,5 milhões de pessoas morreram no mundo por covid-19,
entre os mais de 220 milhões infetados com o novo coronavírus, detetado
no final de 2019 em Wuhan, cidade do centro da China, e que se tornou
pandémico.