Vírus na origem da morte de meros no mar nos Açores
24 de out. de 2024, 16:55
— Lusa/AO Online
“Os
peixes meros morreram por ação de um agente patogénico de natureza
viral responsável por retinopatia e encefalopatia viral, ou seja,
morreram por ação de um vírus que provoca a destruição do sistema
nervoso central e do olho”, referiu a tutela, com base no resultado de
um estudo resultante de um protocolo do Governo dos Açores com o
Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).A 27 de setembro, na sequência de vários avistamentos nas águas da região
de arrojamentos e mortes, o Governo dos Açores interditou temporariamente a pesca de mero.De
acordo com a nota de imprensa, o surto viral “manifestou-se em
indivíduos adultos, parasitados, após o período de reprodução, e
sujeitos a stress fisiológico adicional devido a um aumento da
temperatura da água do mar, e que por esta multiplicidade de fatores se
encontravam com o seu sistema imunitário debilitado”.Esta,
é referido, “não é uma doença infecciosa transmissível ao ser humano”,
mas “apela-se à população que mantenha as boas práticas indicadas
anteriormente, nomeadamente que não consuma estes peixes”.A
pesca da espécie vai entretanto manter-se interditada para “dar
continuidade aos trabalhos de monitorização para recolha de informação
adicional pelas entidades competentes e comunidade científica”.O objetivo é permitir “adaptar o plano de gestão deste recurso a esta pressão emergente”.A 08 de outubro, cientistas da Universidade dos Açores consideraram que
não havia “qualquer evidência” que os arrojamentos e mortes de meros na
região estivessem associados à pesca, considerando que se poderia estar
perante surtos virais resultantes do aquecimento do mar.Em
comunicado, o instituto Okeanos da Universidade dos Açores recordou, na
altura, que “já foram reportadas no passado situações comparáveis,
envolvendo esta mesma espécie no Mediterrâneo, tipicamente associadas a
surtos virais ou bacterianos, desencadeados durante períodos de
aquecimento anormal do mar”.