Vinte milhões para abrir cinco mil vagas em creches este ano letivo
1 de set. de 2022, 09:27
— Lusa/AO Online
A medida é divulgada no dia em que arranca o
programa de gratuitidade das creches, que começa hoje nas instituições
do setor social e solidário para todas as crianças que nasceram no
último ano. Em janeiro de 2023,
acrescentou a ministra em declarações à Lusa, o programa será alargado
aos bebés mais novos de instituições privadas que não conseguiram vaga
no setor social e solidário.O programa
será alargado de forma faseada até 2024, quando todas as crianças dos
três anos de creche estarão abrangidas pela gratuitidade,
independentemente dos rendimentos das famílias. Para
garantir o acesso a todos, o Ministério do Trabalho, Solidariedade e
Segurança Social (MTSSS) está a trabalhar no alargamento da capacidade
de resposta. “Vamos lançar este mês um
aviso, no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), para
alargamento de vagas de lugares em creches”, disse a ministra da
Solidariedade e Segurança Social.Segundo
Ana Mendes Godinho, o aviso conta com “20 milhões de euros para procurar
aumentar cinco mil lugares em creches” durante este ano letivo.Os
projetos de reconversão de espaços já existentes terão prioridade em
relação às novas construções, para que o processo seja “mais simples,
mais rápido e com um custo menor”, acrescentou a governante.No
entanto, também podem candidatar-se novas construções e até espaços
“desenvolvidos por construções modelares”, afirmou Ana Mendes Godinho.“O
nosso objetivo é, nos próximos dois anos, ter a capacidade de aumentar
em dez mil lugares o total da rede de creches, complementando este aviso
com aqueles que já lançámos”, disse a ministra.As
vagas podem abrir em todo o país, mas também aqui será dada prioridade
aos projetos em zonas onde a taxa de cobertura é menor, ou seja, onde há
mais procura e menos capacidade de resposta, como é o caso da área
metropolitana de Lisboa. “Vamos priorizar com critérios de discriminação positiva na identificação da seleção dos projetos a abranger”, disse.A
gratuitidade da frequência das creches está dependente da capacidade
dos estabelecimentos, sendo a única exceção os casos de crianças em
risco que poderão obrigar a criar uma vaga extra.Segundo
o diploma publicado no final de julho, a exceção são as crianças com
medidas de promoção e proteção “com indicação de frequência de creche,
que têm acesso e admissão obrigatórios na resposta de creche, ainda que
para o efeito tenha de ser criada vaga extra”.No
caso de não haver vagas para todos, há uma lista de prioridades para
admissão que tem em conta a situação económica familiar mas também
outras “circunstâncias conducentes à desvantagem social da criança e da
respetiva família”. A lista de prioridades
para admissão nas vagas das respostas sociais é encimada pelas crianças
que já frequentavam a creche no ano anterior, seguindo-se as crianças
com deficiência ou incapacidades.As crianças, que agora venham a ser abrangidas pela medida, vão mantê-la durante todos os anos que estiverem na creche.“Hoje
é um dia importante para as crianças em Portugal e para o país porque
pode ser uma medida transformadora do ponto de vista de inclusão, de
promoção de igualdade entre homens e mulheres e também da conciliação
entre a vida pessoal, familiar e profissional e ser transformadora de
muitas crianças permitindo que desde o início façam parte de um sistema
coletivo que as integra, nomeadamente combatendo a pobreza infantil e
cortando ciclos intergeracionais”, salientou Ana Mendes Godinho.A
partir de hoje, o Estado deixa de apoiar exclusivamente as famílias de
mais baixos rendimentos, já que até agora apenas as crianças de famílias
dos 1.º e 2.º escalões tinham direito a creches gratuitas. A
ministra assinala hoje a entrada em vigor da medida da gratuitidade das
creches com uma visita à Creche Albino Dias Fontes Garcia, em São João
da Madeira.