Vieira assume responsabilidade pela crise e garante Jesus até ao fim do contrato
1 de mar. de 2021, 11:18
— Lusa/AO Online
Em
entrevista à BTV, por ocasião do 117.º aniversário do clube, Luís
Filipe Vieira mostrou-se revoltado com a contestação que, disse, “não
faz sentido nenhum”, quando, nas eleições de há quatro meses, “dois em
cada três sócios do Benfica” votaram na sua lista.“Só
pode haver um responsável, que sou eu. Os sócios elegeram-me para ser
presidente do Benfica, portanto, na hora das derrotas, não vale a pena
andarmos à procura de fantasmas. Só há um responsável, que sou eu”,
frisou Luís Filipe Vieira.Ainda assim, o
presidente das ‘águias’ sublinhou que não entende a contestação de que é
alvo e considerou que o clube “dificilmente ganha” se não tiver
estabilidade, acusando o “comportamento que está agora a existir” de ser
responsável por o clube ter demorado “39 anos para conquistar um
bicampeonato”.Nesse sentido, e já depois
de lembrar que ‘segurou’ Jorge Jesus no comando da equipa, em 2013, após
o técnico perder, “nos últimos minutos”, o campeonato, para o FC Porto,
a Liga Europa, para o Chelsea, e a Taça de Portugal, para o Vitória de
Guimarães, decisão após a qual o Benfica ganhou “tudo dali para a
frente”.“Já percebi que vai perguntar-me
se Jorge Jesus vai continuar ou não. Logicamente tem de continuar, tem
de cumprir o contrato. Mas porque é que tem de sair? Ele não é um
treinador competente?”, interpelou Vieira.O
dirigente, de resto, lembrou que “toda a gente dizia que era o
treinador que tinha de vir para o Benfica” e que “até as outras duas
listas” que concorreram consigo à liderança do clube da Luz “apoiavam o
Jorge Jesus”.“Tem provas dadas neste
clube. Ele não precisa que eu o esteja a defender, esta é a realidade. O
Jorge [Jesus] tem 12 títulos, é o treinador que mais títulos conquistou
neste clube”, lembrou Luís Filipe Vieira.Depois,
questionado sobre o que falhou no planeamento da época para que o
Benfica esteja, neste momento, a 16 pontos do líder do campeonato, o
Sporting, com um jogo a menos, Vieira garantiu que hoje faria tudo
“igual” e assegurou que Jesus deu o seu aval a todas as contratações.“Tenho
o documento que ele me entregou dos jogadores que pretendia e não houve
um jogador que ele não dissesse que sim. Foi o plano [da época]
possível de fazer-se com as exigências do Jorge Jesus e daquilo que ele
entendia”, garantiu.Ainda assim, Vieira
admitiu que as aquisições feitas pelo Benfica antes do arranque do
campeonato criaram “uma expectativa” nos adeptos e nas pessoas ligadas
ao Benfica, mas garantiu que a crise de resultados não se deve à
qualidade das contratações.“Há aqui
jogadores que precisam de um período de adaptação. Se calhar, foi um dos
fatores que não ponderámos, é um dos erros que fizemos. Não é pela
falta de qualidade deles. São todos internacionais”, sublinhou.Os
jogadores, de resto, estão “conscientes dos objetivos”, que “estão bem
definidos”, e neste aspeto o presidente do Benfica mostrou-se alinhado
com Jorge Jesus, ao garantir que “ninguém baixou os braços” e que o
Benfica vai lutar pelo título “até ser matematicamente possível”.“Caso
isso não suceda, o segundo lugar será um grande objetivo, para irmos à
Liga dos Campeões, e temos uma Taça de Portugal para conquistar. Já
ganhámos um campeonato com oito pontos de atraso, já perdemos um com
oito pontos de avanço. Temos de continuar a acreditar que é possível,
mas é preciso que estejamos todos unidos nesse objetivo”, lembrou.