Vice-provedora da Santa Casa de Angra do Heroísmo retoma funções
Covid-19
22 de jul. de 2021, 17:14
— Lusa/AO Online
“Deliberou a mesa
administrativa da SCMAH solicitar à senhora vice-provedora que retome as
suas funções, atendendo a que é a responsável pelos recursos humanos da
instituição, para além das restantes responsabilidades inerentes ao
cargo para que foi eleita”, adiantou a direção da instituição, em
comunicado de imprensa.Contactado pela
Lusa, o provedor da instituição, Bento Barcelos, disse que Lucília
Fagundes já tinha aceitado o pedido e iria retomar as suas funções como
vice-provedora.Em comunicado de imprensa,
os mesários da Santa Casa da Misericórdia de Angra do Heroísmo
assinalaram que já se realizaram “diligências inspetivas” por parte da
Inspeção Regional da Saúde, em abril e maio, e lamentaram que ainda não
existam conclusões desse processo.“Seria
expectável que a conclusão da ação inspetiva se tivesse verificado,
volvidos que estão cinco meses do início deste penoso processo, não
obstante ter sido feito o reforço da celeridade para a conclusão da ação
inspetiva através de ofícios mais recentes, contactos telefónicos e
audiências”, avançaram.Por outro lado,
consideraram “manifestamente injusto” que só a vice-provedora da
SCMAH mantivesse as suas funções suspensas, tendo em conta que mesários e
dirigentes de outras instituições foram igualmente inoculados contra a Covid-19, por serem colaboradores dessas instituições, “mantendo as suas
funções”. Em fevereiro, surgiram
suspeitas de vacinação indevida contra a Covid-19 em algumas
instituições nos Açores, incluindo a Santa Casa da Misericórdia de Angra
do Heroísmo.Entre os envolvidos estava
a então vice-provedora da instituição, Lucília Fagundes, que tinha sido,
entretanto, nomeada diretora regional para a Promoção da Igualdade e
Inclusão Social.Na altura, Lucília
Fagundes disse que foi vacinada no dia 31 de dezembro de 2020, porque
tinham sobrado “duas doses da vacina”, na sequência da desistência de
"dois dos colaboradores”, e que essas doses “se inutilizariam caso não
fossem administradas no espaço de 15 minutos”.“Como
responsável pelos recursos humanos da instituição, cargo que desempenho
em regime de voluntariado, e, consequentemente, sendo a mesária que
mantém contactos diretos regulares com os funcionários, utentes e as
suas famílias, e porque também os trabalhadores administrativos da
instituição, que têm exatamente o mesmo contacto que mantenho com os
utentes e colaboradores, foram vacinados na sequência das orientações
emanadas da USIT, concordei, tendo em conta o contexto especial da
instituição, em ser vacinada”, revelou, no dia 06 de fevereiro, em
conferência de imprensa.A vice-provedora
anunciou na altura a suspensão de funções “até à conclusão da
investigação dos factos” e, dias depois, pediu demissão do cargo de
diretora regional.O secretário regional da
Saúde dos Açores, Clélio Meneses, determinou no dia 08 de fevereiro a
realização de uma ação inspetiva da Inspeção Regional da Saúde ao
processo de vacinação contra a Covid-19 na região, “no sentido de apurar
os factos relativos a vacinas e de eventuais responsabilidades, por
alegadas administrações indevidas”.Questionado
em julho, sobre o resultado destas ações inspetivas, Clélio Meneses
disse que “pelo facto de abrangerem muitos serviços e muitas entidades"
estavam ainda "a decorrer de acordo com os trâmites normais”.