Vice-presidente do Governo dos Açores recusa ficar “refém de protagonismos extemporâneos”
22 de nov. de 2021, 17:38
— Lusa/AO Online
“É
tempo de fazer, de construir e decidir com responsabilidade. Não
podemos ficar reféns de protagonismos extemporâneos. Não podemos recuar
na nossa missão. Temos soluções para os problemas da região e
acreditamos que este orçamento faz diferente e faz melhor. É bom para os
açorianos”, disse Artur Lima na Assembleia Legislativa da Região
Autónoma dos Açores (ALRAA), na cidade da Horta, ilha do Faial, onde o
Plano e Orçamento regionais para 2022 começaram hoje a ser debatidos.O
também líder do CDS-PP/Açores frisou que “esta é a hora de cada força
política” representada no parlamento regional “decidir em consciência e
liberdade”, assumindo “as consequências das suas ações”.“Estamos dispostos a fazer mais pelos açorianos, se esta casa assim o entender”, frisou o vice-presidente do executivo. “Esta
é a hora de esta casa de pronunciar sobre se quer ou não este plano,
com estas medidas. Esta é a hora de as senhoras e senhores decidirem.
Depois de ouvirem as propostas. E não antes”, insistiu o governante, que
tutela a Solidariedade Social.O
vice-presidente indicou estarem previstos para 2022 “reforços dos
processos inspetivos dos benefícios sociais, como é o caso do RSI
[Rendimento Social de Inserção]”.Indicando
ter uma dotação de 59 milhões de euros na vice-presidência para 2022,
Artur Lima comprometeu-se a aplicar as verbas para “cuidar de quem mais
precisa, quebrar o ciclo intergeracional da pobreza, enfrentar os
desafios do envelhecimento, impulsionar a inclusão de pessoas com
deficiência, aprofundar cooperação com poder local e com diáspora”.“Este plano traduz o essencial da matriz humanista deste governo”, explicou.Artur
Lima defendeu que “o problema primeiro da autonomia [regional] não pode
ser olhado como problema só de alguns”, motivo pelo qual “o governo não
aceita que a pobreza seja uma herança que passa de geração em geração.“Temos
de atuar a montante e a pobreza combate-se também com a geração de
riqueza. Os fundos comunitários serão um instrumento decisivo”, frisou.O
vice-presidente descreveu que, em 2022, a isenção do pagamento da
mensalidades em creches vai chegar ao 13.º escalão de rendimentos,
“abrangendo 2.037 crianças açorianas”.A
medida, disse, é “fundamental e estrutural para combater a pobreza,
enfrentar o despovoamento e fixar jovens casais na Região Autónoma dos
Açores”.“Não é um apoio aos mais pobres, é um apoio à classe média”, vincou.Lima
apresentou ainda como medida “amiga das famílias – das que cá estão e
das que podem vir – o aumento do complemento do abono família em 5%”.“Isto
é fazer diferente, é ajudar quem mais precisa, para que não estejam com
a mão estendida, porque isso, senhor presidente, o senhor não quer, eu
não quero, ninguém quer”, notou.