Vice-presidente do Governo dos Açores alerta para necessidade de dar primazia à estabilidade
21 de mai. de 2024, 17:22
— Lusa/AO Online
“Há
uma necessidade imediata em colocar em segundo plano interesses
partidários e dar primazia à estabilidade governativa que os Açores
precisam”, afirmou Artur Lima, que falava na discussão do Plano e
Orçamento dos Açores para 2024, que começou na Assembleia Regional,
na Horta.Para o vice-presidente do
executivo açoriano (PSD/CDS-PP/PPM) existe a “necessidade imediata em
pôr a administração pública e a sociedade a funcionar normalmente” e em
“recuperar o tempo perdido” devido ao chumbo da anterior proposta de
Orçamento em novembro de 2023.“Há uma
necessidade imediata em acabar com a dúvida, com a incerteza e com o
atraso resultantes da ausência de orçamento”, insistiu.Na
área da Ciência, Artur Lima destacou o apoio de 950 mil euros à
Universidade dos Açores e o investimento de 1,5 milhões de euros na
ampliação do edifício do Terinov – Parque de Ciência e Tecnologia da
ilha Terceira.Segundo disse, o Governo dos
Açores vai dedicar 900 mil euros para a Agenda Global para o
Investimento e Inovação Regional (AGIR), “um plano de ação que servirá
para fomentar o desenvolvimento regional através da cooperação económica
e do investimento externo”.“Porque
queremos estender a nossa ação no âmbito da cibersegurança também às
nossas empresas e aos municípios, vamos agora instalar o Centro de
Competências de Cibersegurança dos Açores, um projeto totalmente
suportado pelo PRR [Plano de Recuperação e Resiliência] Nacional”,
acrescentou.Na política externa, o
executivo dos Açores prometeu continuar a reivindicar a descontaminação
dos aquíferos da Praia da Vitória, devido à presença americana na Base
das Lajes.“Por insistência nossa, na
última reunião da Comissão Bilateral Permanente, conseguimos novos
avanços em matéria laboral e reivindicamos que as ações de
descontaminação na Praia da Vitória sejam intensificadas”, destacou.O
deputado do PS André Rodrigues considerou que a ação do Governo
Regional “resultou num eclipsar da presença e do reconhecimento político
e institucional da região no quadro da União Europeia”, defendendo que o
arquipélago precisa de uma “visão e atuação político-institucional
capaz e representativa”.O
parlamentar alertou para atrasos na execução dos fundos europeus e
avisou que a “ultraperiferia não pode ser condição apenas de exigência”,
mas também tem de ser “condição de pertença, de participação e de
execução”.“O atual Governo continua a
receber alertas internos de atrasos na execução, de não cumprir metas e
calendários de, no fundo, nos deixar para trás”, avisou o socialista.Já
o deputado do Chega José Pacheco abordou a cibersegurança, avisando que
os ataques informáticos são “cada vez mais poderosos” e defendendo a
aposta num “sistema preventivo” junto dos mais jovens.O
parlamento açoriano iniciou o debate das propostas de Plano e
Orçamento Regional 2024, sem a ameaça do chumbo do documento apresentado
pelo executivo de coligação PSD/CDS-PP/PPM, mas com o sentido de voto
do PS ainda “em aberto”.A proposta de
Orçamento, que define as linhas estratégicas do executivo de coligação
para este ano, contempla um valor de 2.045,5 milhões de euros,
semelhante ao apresentado em outubro de 2023 (2.036,7 milhões).