Vice-presidência da AR e eleições para líder parlamentar dividem Rui Rocha e Carla Castro
IL
10 de jan. de 2023, 08:12
— Lusa/AO Online
O
primeiro frente a frente entre estes dois candidatos à presidência da
IL – na corrida está também José Cardoso – decorreu esta noite na SIC
Notícias, tendo sido debatida a estratégia que cada um tem para o
partido que vai a eleições internas antecipadas na convenção eletiva de
21 e 22 de janeiro, em Lisboa.Um dos temas
que dividiu os liberais foi a decisão sobre a apresentação de um novo
nome para a vice-presidência do parlamento, depois do ainda líder
partido, João Cotrim Figueiredo, ter sido rejeitado pelos deputados em
março de 2022.“Nós somos solidários com
todas as decisões que ocorreram nestes últimos meses, agora o que é
relevante é perante uma nova presidência, o que é que nós vamos fazer em
relação ao assunto. Em relação à vice-presidência a nossa intenção é
apresentar, sim, um candidato”, disse Carla Castro, remetendo a decisão
do nome para o grupo parlamentar.Segundo a
também deputada e dirigente, é preciso ter em consideração a
representação institucional, considerando que “as situações na
assembleia mudaram” e que “vai mudar a presidência da IL”, referindo que
tem sido solicitado pelo presidente da Assembleia da República, Augusto
Santos Silva, que o partido apresente uma nova candidatura. Na
resposta, Rui Rocha mostrou “alguma estranheza” com esta posição da sua
opositora porque “houve uma decisão tomada pelo grupo parlamentar da IL
depois de João Cotrim Figueiredo ter apresentado a sua candidatura e de
não ter sido eleito”. “Isso foi discutido
no grupo parlamentar e foi decidido que não iríamos apresentar nova
candidatura na altura. Essa é a decisão que existe hoje em dia”,
recordou.O deputado sublinhou que a
decisão de voltar ou não a apresentar um nome para este cargo “tem que
ser falada com o grupo parlamentar, coisa que até à data não foi feita”,
perguntando a Carla Castro se “sabe se existem alguns candidatos
possíveis" na bancada liberal. “Com a
mesma estranheza registei, precisamente na entrevista que foi feita na
SIC na semana passada, pareceu-me que a Carla Castro sugeriu que no dia
seguinte às eleições, se ganhasse, iria convocar eleições para líder do
grupo parlamentar. Ora, isso também não é uma competência do presidente.
O mandato do líder parlamentar está previsto”, contrapôs, trazendo para
o debate outro tema que marcou diferenças entre os dois candidatos.Carla
Castro, na réplica, sublinhou que o seu opositor sabe “perfeitamente
que há uma tradição parlamentar democrática em que, em alteração de
presidências [partidárias], é normal haver novas eleições ou voltar-se a
falar sobre o líder parlamentar”.“Acho
que deve ser uma decisão que deve voltar aos deputados. Pode haver uma
recondução, pode haver uma alteração, mas acho que é um bom espírito
democrático revalidar e uma tradição parlamentar haver essa
confirmação”, defendeu a candidata. O
entendimento sobre o que deve ser uma moção de estratégia global também
foi um ponto em que ficaram claras as diferenças entre os dois
opositores.Para Rui Rocha, este deve ser
“um documento que tem medidas para fora e tem medidas também para
transformar internamente o partido”.Segundo
o candidato, o partido está vinculado e quer executar o programa
eleitoral, mas desde que este foi apresentado houve uma “guerra e um
movimento inflacionista” e “é natural que haja coisas” que não estão
nesse documento “e que têm que ser complementadas com medidas externas”
que apresenta na sua moção.Por seu turno,
para Carla Castro “há claramente uma confusão” porque numa moção de
estratégia global é preciso “saber como fazer crescer o partido, como
fazer robustecer o partido internamente e como chegar a novos
eleitorados”, mais do que “mais medidas que têm que ser debatidas nos
locais próprios”.“Nós temos a equipa mais
capacitada quer internamente quer externamente e há uma coisa que é
muito importante: nós temos uma equipa que não está virada para dentro.
Nós temos uma equipa muitíssimo mais virada para fora”, atirou a
candidata.Na resposta, Rui Rocha afirmou:
“li a moção de estratégia de Carla Castro e essa equipa está tão virada
para fora que são 70 páginas que só têm medidas para dentro, não há nada
de concreto virado para fora”.