Viagens para a China devem registar forte recuperação em 2023
14 de dez. de 2022, 13:21
— Lusa/AO Online
Embora a China
continue a impor uma quarentena de oito dias a quem chega ao país
oriundo do exterior, o rápido desmantelamento da política 'zero covid'
resultou num aumento de 351% nas pesquisas por voos internacionais, de
acordo com dados da agência de viagens Trip.com.As
autoridades chinesas devem abolir em breve a necessidade de quarentena
para quem chega ao país e outras restrições, à medida que a doença se
torna endémica em várias cidades chinesas.Em
2019, o último ano antes da pandemia, a China registou 145 milhões de
entradas. Em março de 2020, no entanto, o país encerrou as fronteiras
quase totalmente, reduzindo em 98% o número de ligações aéreas ao
exterior.Nos últimos dias, a imprensa
oficial começou a minimizar o risco da variante Ómicron através de
artigos e entrevistas com especialistas, numa súbita mudança de
narrativa que acompanha o relaxamento de algumas das medidas mais
rígidas da política 'zero covid', que vigorou no país durante quase três
anos.As autoridades afirmaram que estão
reunidas “as condições” para um ajustamento das medidas nesta “nova
situação”, em que o vírus causa menos mortes, e anunciaram um plano para
acelerar a vacinação entre os idosos, um dos grupos mais vulneráveis,
mas ao mesmo tempo mais relutante em ser inoculado.Isto
ocorreu depois de protestos em várias cidades da China contra a
estratégia 'zero covid'. Alguns dos manifestantes proclamaram palavras
de ordem contra o líder chinês, Xi Jinping, e o Partido Comunista, algo
inédito no país em várias décadas.Embora
tenha sido recebido com alívio, o fim da estratégia usada para tentar
controlar a propagação da doença está a suscitar também preocupações.Com
1.400 milhões de habitantes, a China é o país mais populoso do mundo. A
estratégia 'zero covid' significa que a esmagadora maioria da população
chinesa carece de imunidade natural. Pequim recusou também importar
vacinas de RNA mensageiro, consideradas mais eficazes do que as
inoculações desenvolvidas pelas farmacêuticas locais Sinopharm e
Sinovac.A remoção das restrições poderá
desencadear uma 'onda' de casos sem paralelo este inverno,
sobrecarregando rapidamente o sistema de saúde do país, de acordo com as
projeções elaboradas pela consultora Wigram Capital Advisors, que
forneceu modelos de projeção a vários governos da região, durante a
pandemia.Um milhão de chineses poderá morrer com covid-19 durante os próximos meses de inverno, de acordo com a mesma projeção.