Vereadores do PS da Praia da Vitória dizem ser alvo de "vingança pessoal” do presidente
Autárquicas
16 de jul. de 2021, 17:44
— Lusa/AO Online
Segundo
os vereadores, na base dessa retirada de competências estará a sua
recusa em pertencerem à lista de candidatos do PS àquela câmara nas
próximas eleições autárquicas, que tinha Tibério Dinis como cabeça de
lista.Tibério
Dinis foi indicado pelo PS/Açores para encabeçar a lista à Praia da
Vitória, mas, na passada semana, anunciou que não seria candidato pelo
partido nas próximas eleições autárquicas, alegando "motivos pessoais".Esta
semana, retirou as competências delegadas nos três vereadores
executivos - Carlos Armando Costa, Tiago Ormonde e Raquel Borges.Na
altura, em comunicado divulgado pelo PS, foi referido que “no final
desta semana [a transata], Tibério Dinis, comunicou ao Secretário
Coordenador do PS da Ilha Terceira, a sua decisão de não ser candidato a
presidente da Câmara Municipal da Praia da Vitória, por
indisponibilidade derivada de razões pessoais”.O
PS referiu que foram efetuados esforços para demover Tibério Dinis,
cuja candidatura tinha sido aprovada pela Comissão de Ilha da Ilha
Terceira do Partido Socialista a 30 de junho. Na
quarta-feira, também em comunicado, o partido informou que o antigo
membro do Governo dos Açores do PS Berto Messias vai ser o candidato à
Câmara da Praia da Vitória, na ilha Terceira, nas autárquicas de 26 de
setembro.No
comunicado divulgado pelos vereadores socialistas, estes referem
que a “revogação das competências que estavam delegadas desde o início
do atual mandato autárquico, feita sem aviso e sem qualquer justificação
por parte do presidente da Câmara Municipal da Praia da Vitória, é
apenas resultado de uma vingança pessoal".Na
sua opinião, esta decisão "infeliz e lamentavelmente, terá efeitos na
gestão e no funcionamento do município, prejudicando, essencialmente, os
cidadãos praienses e os colaboradores do grupo municipal”.Os
vereadores consideram que Tibério Dinis tomou aquela decisão “pelo
simples facto” de não terem “aceite fazer parte da lista de candidatos
do PS, encabeçada pelo atual presidente do município”, sendo que, “nos
moldes em que a mesma foi apresentada e imposta, foi um ato
totalitário”.“Acreditávamos,
infelizmente de forma errada, que a nossa recusa não justificaria
qualquer vingança. No entanto, agora se percebe, de forma cabal e
esclarecida, o que cada um pensa sobre a dedicação cívica às causas da
missão do serviço público”, frisam os vereadores.Os
vereadores dizem que o PS/Terceira foi por eles “atempadamente
informado do ‘modus operandi’ do então recandidato à presidência da
autarquia, das dificuldades de comunicação e da forma autocrata como
todos os processos relativos à elaboração das listas de candidatos e ao
programa político estavam a ser diligenciados”.Mas,
o “PS Terceira, por motivos que desconhecemos, optou por não intervir,
de forma preventiva ou corretiva, não adotando outras posições em defesa
do seu bom nome e daqueles que com ele aceitam participar em causas de
serviço público”, declaram.Os
vereadores informam que, “com efeitos a 12 de julho de 2021”, abdicaram
da “totalidade do vencimento como vereadores a tempo inteiro”,
continuarão a “participar, ativamente, nas reuniões de câmara e, com
isso, respeitando incondicionalmente o voto que foi confiado pelos
praienses, lutando por eles até ao último dia do mandato”.Tibério Dinis referiu à Lusa que não tem "mais nada a declarar para além do que já foi afirmado publicamente".Questionado pela Lusa, o PS não se quis pronunciar por estar em causa uma questão interna.O
PS, que lidera a Câmara Municipal da Praia da Vitória desde 2005,
elegeu cinco mandatos em 2017, com 55,65% dos votos, contra dois do PSD
(30,86%). O CDS-PP, que agora concorre em coligação com o PSD, foi a terceira força política mais votada, com 7,84% dos votos.As eleições autárquicas estão marcadas para 26 de setembro.