Verbas do PRR para autarquias regionais representam “zero euros”
1 de set. de 2022, 08:36
— Lusa/AO Online
Duarte Freitas explicou que para "não atrasar"
as intenções do primeiro-ministro António Costa de Portugal ser o
primeiro Estado-membro a submeter a Bruxelas o PRR, o atual executivo
dos Açores, de coligação PSD/CDS-PP e PPM, “assumiu o que estava
desenhado pelo 12º Governo dos Açores [socialista]".O
secretário regional das Finanças, Planeamento e Administração Pública,
na sequência de uma reunião de trabalho com a direção da Associação de
Municípios da Região Autónoma dos Açores (AMRAA), em Ponta Delgada,
recordou que o PRR “no plano nacional foi desenhado para cumprir
exigências do setor público”.“Quando o
XIII Governo dos Açores entrou em funções já estava definido e desenhado
o PRR dos Açores e o primeiro-ministro António Costa quis que Portugal
fosse o primeiro país a entregar o documento, tendo a região e o atual
Governo sido confrontado com o seguinte dilema: ou reviam o documento e
faziam com que Portugal e o primeiro-ministro não cumprisse o seu
compromisso público ou o aceitavam tal como tinha sido desenhado pelo
XII Governo Regional”, declarou Duarte Freitas.O
titular das Finanças disse que “aquilo que foi desenhado pelo XII
Governo dos Açores no PRR para as autarquias representa zero euros”,
sendo que o documento é “impossível de alterar”.Duarte
Freitas salvaguardou, contudo, que “no plano comunitário tudo é
inegociável até se começar a negociar, mas até hoje a situação é
inegociável”.O responsável político
assumiu que no quadro comunitário de apoio 2030, através do Plano
Operacional dos Açores 2030, as autarquias regionais vão receber 160
milhões de euros do FEDER, na sequência de uma proposta que está a ser
trabalhada com a União Europeia, “mantendo-se assim o mesmo nível de
apoio às autarquias”.Este valor para as
autarquias vai ser começar a ser articulado com o Governo Regional
através da criação de um grupo de trabalho para “desenhar um protocolo
entre as câmaras municipais e a região”, visando “limar arestas no que
não correu bem até aqui, para que possa haver uma melhor execução”,
disse o secretário regional.Dos 160
milhões de euros do atual quadro comunitário para o poder local, este
apenas “executou 100 milhões”, de acordo com o governante.Duarte
Freitas salvaguardou que “qualquer eventual renegociação que possa
existir ainda do POA 2020, que vai ter uma última abordagem em setembro,
eventuais alterações que possam haver no PRR e acertos que sejam
necessários fazer no POA 2030 vão sempre em atenção o interesse das
autarquias locais”.Para além do grupo de
trabalho visando o POA 2030, o secretário das Finanças dos Açores
acordou outro com a AMRAA que se pretende com o sistema de incentivos à
iniciativa privada, o Construir 2030, visando “acelerar alguns processos
e com isso concretizar investimentos mais facilmente”.Há
ainda um terceiro grupo de trabalho com a AMRAA, que visa a
“organização e formalização de uma verdadeira rede de incubadoras na
região”.O presidente da AMRAA manifestou a
sua "satisfação com o compromisso político" do Governo Regional dos 160
milhões de euros no quadro comunitário de apoio 2030, que “são
fundamentais para as autarquias”.José
António Soares congratulou-se ainda com “disponibilidade do próprio
Governo dos Açores, ainda no quadro comunitário 2020, para que se se
possa aproveitar uma série dessas verbas, que podem ir até 2024”.“É
isso que nos queríamos, foram atendidas as nossas vontades”, frisou
José António Soares, que está expectável que “até final do ano” o
processo esteja concluído para se celebrar o protocolo relativo ao
pacote dos 160 milhões de euros.José
António Soares referiu que as autarquias dos Açores gostariam de ser
acesso a verbas do PRR, mas “isto não foi contemplado pelo Governo da
República”.