Ventura recua e diz que “cenário não está fechado”
19 de nov. de 2021, 15:31
— Lusa/AO Online
Reagindo
numa declaração em vídeo à conferência de imprensa do deputado único do
Chega nos Açores – que afirmou que "nada está fechado" quanto ao
Orçamento Regional para 2022 - André Ventura garantiu “total sintonia”
com o representante do partido na região autónoma. O
líder do Chega recuou na postura que tinha adotado na quarta-feira
passada, quando tinha garantido que a decisão era “fortemente
definitiva” e que, “no que depender da Direção Nacional do Chega e do
presidente”, o apoio ao Governo regional tinha morrido naquele dia. “O
cenário (…) não está fechado, vamos continuar a articular, vamos
continuar a trabalhar e vamos continuar juntos a exigir aquilo que foi
acordado com o Chega e aquilo que é também a exigência da população nos
Açores”, afirmou André Ventura. O
presidente do Chega reiterou que o “Chega chegou a um ponto de saturação
face ao PSD nacional e regional”, acusando o Governo regional açoriano
de falhar em “coisas básicas como compromissos na luta contra a
corrupção, reduzir o tamanho do executivo e os gastos com os cargos
políticos, compromissos na forma de relação entre os dois partidos”. “Conforme
deixou muito claro o deputado José Pacheco, as coisas não estão neste
momento encerradas, mas há um claro nível de saturação entre o Chega e o
PSD e há exigências muito claras que, a não serem cumpridas,
determinarão o voto contra do Chega ao Orçamento do Estado e à
viabilidade deste Governo açoriano”, referiu. Ventura
afirmou também que, no partido, “há uma articulação plena e harmoniosa a
nível regional, autárquico e nacional” na “defesa daquilo que é o
projeto do Chega”. “Não cederemos um
milímetro nem aceitaremos chantagem, estaremos firmes nessa defesa e é
isso que continuaremos a fazer: ou há uma mudança ou a nossa atitude
será sempre firme na defesa das populações, dos valores em que
acreditamos, mesmo que isso tenha custos políticos”, frisou. O
deputado do Chega nos Açores disse hoje que “nada está fechado” quanto
ao Orçamento para 2022, dependendo de negociações em curso, incluindo
para um novo acordo parlamentar, e de o partido ser tratado “com
respeito”, regional e nacionalmente.Dizendo
ter o apoio do líder nacional do Chega, Pacheco afirmou que o acordo de
incidência parlamentar com os partidos de coligação “vai ser rasgado”,
“não foi bem feito” e vai ser revisto, recusando, contudo, precisar do
aval do representante da República.A
Assembleia Legislativa é composta por 57 eleitos e a coligação de
direita – que representa 26 deputados - precisa de mais três
parlamentares para ter maioria absoluta.Como
a coligação assinou um acordo de incidência parlamentar com o Chega e o
PSD com a Iniciativa Liberal, era esperada a viabilização do Orçamento
Regional 2022 por estes partidos, bem como pelo deputado independente
(que manteve o apoio ao executivo quando saiu do Chega).Porém,
a IL tem ameaçado votar contra, referindo agora que continua “a lutar”
nas negociações, e o deputado independente, Carlos Furtado, afirmou que o
entendimento parlamentar pós-eleições “já morreu”, pelo que “ou as
pessoas mudam ou mais vale ir para eleições”.O
parlamento conta ainda com mais 28 deputados: 25 deputados do PS, que
já anunciou o voto contra, dois do BE, que admitiu votar contra, e um do
PAN. Neste último caso, o deputado único, que se absteve sobre o
Programa de Governo e o Orçamento Regional 2021, aguarda apenas a
validação da comissão política local para votar contra o Orçamento 2022,
discutido na próxima semana.