Ventura espera desculpas de Costa e prevê Governo de direita em breve no continente
Açores/Eleições
10 de nov. de 2020, 18:20
— Lusa/AO Online
“Queria lamentar os
ataques a nível nacional que o PS tem vindo a fazer, sobretudo pela voz
do seu secretário-geral, António Costa, ao partido Chega e à
possibilidade de entendimento feito na Região Autónoma dos Açores”,
afirmou André Ventura, em conferência de imprensa, no parlamento. Na
segunda-feira, em entrevista à TVI, António Costa defendeu ser um fator
"da maior gravidade" os sociais-democratas em Portugal terem dado "um
passo que a direita democrática na Europa tem resistido a dar, que é
fazer um acordo com um partido da direita xenófoba".“O
Chega entendeu-se com o PSD em algumas matérias. O PS pensava que os
entendimentos eram exclusivo das suas prerrogativas de entendimento com o
PCP e o BE e percebeu que, não só perdeu o poder nos Açores, por causa
do Chega, como vai perder o poder na República por causa do Chega
também”, continuou o deputado único do Chega, lamentando “ataques vis”
do líder socialista.Segundo o também
anunciado candidato presidencial, “as eleições [legislativas] podem ser
para o ano, no ano a seguir ou no outro”, mas “uma coisa é indubitável: o
Chega vai ser a terceira ou quarta força política e António Costa vai
perder o poder em Portugal e vai perdê-lo por causa do Chega, daí a
irritação, perturbação e nervosismo”.A
porta a um entendimento com o Chega foi aberta pelo presidente do PSD,
Rui Rio, há algumas semanas, abrindo forte polémica à esquerda e à
direita, com o CDS a demarcar-se de entendimentos com o partido de
Ventura."No futuro, no continente - já
tive oportunidade de dizer isto e deu origem a não sei quantos incêndios
políticos -, se o Chega se moderar pode haver hipóteses naturalmente de
diálogo”, reiterou Rio esta semana.Ventura
declarou que “o Chega admite conversar com o PSD se o PSD se
radicalizar nalgumas coias (combate à corrupção, ao desperdício do
sistema político, à pedofilia e ao sistema fiscal absurdo em que uns
pagam para quem não quer trabalhar nem fazer nada)”.José
Manuel Bolieiro foi indigitado no sábado presidente do Governo Regional
pelo representante da República para os Açores, Pedro Catarino.O
PS venceu as eleições legislativas regionais, no dia 25 de outubro, mas
perdeu a maioria absoluta, que detinha há 20 anos, elegendo 25
deputados.PSD, CDS-PP e PPM, que juntos
representavam 26 deputados, anunciaram esta semana um acordo de
governação, tendo alcançado acordos de incidência parlamentar com o
Chega e o Iniciativa Liberal (IL).Com o
apoio dos dois deputados do Chega e do deputado único do IL, a coligação
de direita soma 29 deputados na Assembleia Legislativa dos Açores, um
número suficiente para atingir a maioria absoluta.