Ventura apedrejado por manifestantes em Setúbal, um detido
Presidenciais
21 de jan. de 2021, 18:36
— Lusa/AO Online
O
corpo de intervenção da Unidade Especial de Polícia da PSP, que estava
destacado no local, foi obrigado a carregar sobre os manifestantes e
dispersá-los, em ambiente de grande tensão.Apesar
de não haver informação de ferimentos graves, um repórter de imagem da
TVI foi atingido num joelho. A PSP também deteve um dos indivíduos que
protestaram contra a presença do presidente do partido da
extrema-direita parlamentar e deputado da Assembleia da República, que
tem tido um discurso radical contra minorias em geral, visando em
particular a etnia cigana.“A PSP, até ao
fim, tentou, com muito bom senso e ponderação, evitar que isto
acontecesse. Quando começaram a chover pedras, não havia outra hipótese
se não dispersar aquela gente toda. Foi o que fizemos”, disse à agência
Lusa o comandante distrital da PSP de Setúbal, Viola Silva, assumindo o
uso dos bastões sobre os manifestantes, que empunharam muitos cartazes
da ex-eurodeputada do PS e concorrente presidencial, Ana Gomes.O
responsável pelos cerca de 40 elementos policiais no local, incluindo o
corpo de intervenção da Unidade Especial de Polícia, afirmou que a PSP
teve de usar a força para dispersar os manifestantes.“Se
me estão a atirar pedras, como deve calcular, não lhes vou pegar por um
braço. A PSP, no âmbito das regras do Estado de direito, teve de usar a
força considerada necessária”, justificou.A
reportagem da agência Lusa testemunhou no local em volta da viatura que
transporta Ventura na campanha uma garrafa de plástico com água, várias
caixas de pastilhas elásticas cheias, um isqueiro e uma pedra da
calçada atiradas do lado da manifestação contra a comitiva do Chega.“A
entrada do candidato correu mais ou menos bem. Foram só arremessados
alguns ovos - não sei se vocês repararam ou se já lá estavam dentro. Na
saída, como prevíamos, foram arremessadas pedras e objetos metálicos
cortantes, tudo objetos que, se acertassem em alguém, podiam matar”,
descreveu Viola Silva.A concentração de
ativistas começara bem antes da chegada da caravana do líder populista
ao Cinema Charlot. Como tem sido hábito nas iniciativas deste
concorrente a chefe de Estado foram audíveis palavras de ordem e gritos
de “fascista” e “racista”. Os manifestantes exibiram também vários
cartazes contra o presidente da força política da extrema-direita
parlamentar.As eleições presidenciais
realizam-se em plena epidemia de covid-19 em Portugal no domingo, sendo a
10.ª vez que os cidadãos portugueses escolhem o chefe de Estado em
democracia. A campanha eleitoral começou no dia 10 de janeiro.Há
outros seis candidatos: o incumbente Marcelo (apoiado oficialmente por
PSD e CDS-PP), a diplomata e ex-eurodeputada do PS Ana Gomes (PAN e
Livre), o eurodeputado e dirigente comunista, João Ferreira (PCP e "Os
Verdes"), a eurodeputada e dirigente do BE, Marisa Matias, o fundador da
Iniciativa Liberal Tiago Mayan e o calceteiro e ex-autarca socialista
Vitorino Silva ("Tino de Rans", presidente do RIR - Reagir, Incluir,
Reciclar).