Ventura acusa PSD e CDS de “bullying político” e ameaça romper acordo nos Açores
Autárquicas
29 de jan. de 2021, 18:42
— Lusa/AO Online
Em
declarações aos jornalistas, na Assembleia da República, o deputado
único do Chega considerou “incompreensível” o acordo entre autárquico
entre o PSD e CDS-PP anunciado pelos respetivos líderes, Rui Rio e
Francisco Rodrigues dos Santos, respetivamente.“Primeiro,
porque procura que sejam os partidos de direita a fazer uma espécie de
cordão sanitário a um partido legalizado e um partido que está no
parlamento”, sustentou, acusando estas forças de “bullying político”.Para
o líder do partido de extrema-direita português, a decisão tomada por
PSD e CDS “só vai prejudicar a intenção de agregar a direita e de formar
uma alternativa”, mas não só. “[Esta
decisão] altera o cenário político-partidário em que estamos. Ora, se um
partido como o Chega tem uma base nos Açores de apoio ao PSD, não
podemos ter um outro raciocínio a funcionar aqui ou noutras eleições”,
declarou, numa referência à solução governativa dos Açores que junta
PPM, PSD, CDS-PP, Chega e Iniciativa Liberal. Assim,
o líder do Chega irá reunir “de urgência” com os deputados do partido
na região autónoma, admitindo retirar consequências políticas.“Ou
há respeito por esta formação ou nós continuaremos o nosso caminho
sozinhos e retiraremos daí todas as consequências a nível regional, a
nível nacional e nas autárquicas em outubro a nível local”, vincou.Questionado
sobre se o acordo pode ter sido motivado pelas declarações em que
Ventura disse que “não haverá governo à direita sem o Chega”, o deputado
advogou que “os resultados estão à vista de toda a gente”.Rui
Rio e Francisco Rodrigues dos Santos anunciaram na quarta-feira um
acordo político para as autárquicas que exclui o Chega, sem indicarem em
que municípios se irá concretizar.“Este
acordo não vai dizer que só há coligações com o CDS e com mais ninguém
(…) A única questão que estamos de acordo é que não haverá com o Chega,
mas tirando o Chega logo se verá”, explicou Rui Rio, salientando que “há
muito” que rejeitou essa hipótese e que esta posição nada tem a ver com
os resultados das presidenciais.Questionado
sobre a razão dessa exclusão do partido liderado por André Ventura, Rio
respondeu: “O Chega, para ter conversas com o PSD, tem de se moderar, o
Chega não se tem moderado, não há conversa nenhuma”.Na
mesma linha, também Francisco Rodrigues dos Santos disse já ter sido
“perentório” ao afirmar que “não haverá coligações com o Chega, nem em
autárquicas nem em legislativas”.