Venezuela revoga licenças de operação de várias companhias aéreas
Hoje 11:44
— Lusa/AO Online
Horas depois do prazo estipulado pelas
autoridades venezuelanas às companhias aéreas, o Ministério dos
Transportes da Venezuela e o Instituto Nacional de Aeronáutica Civil
(INAC) do país anunciaram na quarta-feira a decisão, que afeta a Iberia,
a TAP, a Avianca, a Latam Colombia, a Turkish Airlines e a Gol. Estas
companhias tinham cancelado voos de e para Caracas depois de a
Administração Federal de Aviação dos EUA (FAA) ter recomendado, na
passada sexta-feira, que as companhias aéreas comerciais "exercessem
extrema cautela" ao sobrevoar a Venezuela e o sul das Caraíbas devido ao
que considera "uma situação potencialmente perigosa na região".Pouco
antes do anúncio, o ministro do Interior venezuelano, Diosdado Cabello,
reiterou que o governo do país "decide quem voa e quem não voa" e
"reserva-se o direito de admissão"."O
governo nacional, numa decisão soberana, disse às companhias aéreas: se
não retomarem os voos em 48 horas, não os retomem de maneira nenhuma.
Podem ficar com os vossos aviões, e nós vamos manter a nossa dignidade, e
pronto, sem problemas", declarou.Por
enquanto, a Copa Airlines, a Wingo, a Boliviana de Aviación e a Satena,
bem como as companhias aéreas locais Avior e Conviasa (a empresa
estatal), mantêm as suas operações no país.Neste
contexto, um avião norte-americano que transportava 175 migrantes
deportados aterrou no principal aeroporto da Venezuela, o Aeroporto
Internacional Simón Bolívar, que serve Caracas. Segundo
fonte do Ministério dos Transportes que falou à agência de notícias
espanhola EFE, isto demonstra que "não há perigo no espaço aéreo
venezuelano" e, além disso, revela um "duplo padrão" por parte de
Washington.Posteriormente, o Governo
venezuelano afirmou que os EUA tinham solicitado "autorizações
especiais" para operar "rotas de repatriamento com aeronaves
americanas".Entretanto, a Força Aérea dos
EUA revelou na quarta-feira que os bombardeiros B-52H realizaram
demonstrações de ataque esta semana nas Caraíbas.As
autoridades não especificaram o local destas demonstrações, que
enquadraram na operação militar "Lança do Sul", anunciada a 14 de
novembro para combater o narcotráfico originário da América Latina, três
meses após o início do destacamento militar na região.Também
na quarta-feira, o presidente dominicano, Luis Abinader, e o secretário
da Guerra dos EUA, Pete Hegseth, anunciaram que os EUA vão utilizar
dois aeroportos dominicanos "temporariamente" como parte da sua luta
contra o narcotráfico através da "Lança do Sul".