Velas com orçamento de 14 ME para este ano e aposta no "combate à desertificação"
14 de jan. de 2020, 16:23
— Lusa/AO Online
"O Orçamento da Câmara Municipal
das Velas para 2020 ultrapassa os 14 milhões de euros, mais oito
milhões" do que em 2019, "e centra atenções no combate à desertificação,
prevendo medidas concretas de apoio à fixação de jovens, estímulo à
iniciativa privada e apoio às famílias", afirma a autarquia açoriana em
nota enviada à imprensa. Liderado desde
2013 por Luís Silveira (CDS-PP), o município prevê um défice zero para o
ano de 2020, uma vez que os valores das receitas são iguais aos das
despesas, sendo 8,9 milhões de euros destinados a investimentos e dois
milhões de euros para despesas com pessoal.O
orçamento foi votado no final do ano passado e mereceu os votos
favoráveis do CDS-PP, de um deputado do PSD e de outro do PS, dos
presidentes das juntas de freguesia das Manadas e das Velas,
respetivamente, e a abstenção dos restantes partidos: PS, PSD e CDU. O
PS, maior partido da oposição na Assembleia Municipal, mostrou-se
"satisfeito" com "algumas considerações que foram tidas em conta", como o
valor conseguido para bolsas de estudo e de mérito, a criação do fundo
social e do fundo de apoio à natalidade.Segundo
avançou à Lusa Maria Góis Teixeira, líder do grupo municipal
socialista, apesar do "arrastar de ano para ano" de obras já
apresentadas à comunidade, a governação do atual executivo merece
"balanço positivo"."Será um balanço
positivo, nunca será um balanço negativo, porque está a tentar
estabilizar tudo o que são despesas, aquilo que mais apregoam, e que nós
podemos, ao fim ao cabo, verificar que se concretiza em grande parte",
afirmou. O PSD, através do líder do grupo
municipal, Luís Furtado, afirma ter levantado questões relativamente aos
"apoios às juntas de freguesia e aos apoios sociais", mas afirma que o
executivo camarário acarretou "recomendações da assembleia", explicando
assim o sentido de voto do partido. "É evidente que não era o nosso orçamento, mas de grosso modo é um orçamento robusto, com uma boa gestão financeira", apontou. O
social-democrata assinala, contudo, que devido à "gestão rigorosa" do
autarca, "as coisas andaram paradas", à espera de investimentos
promovidos pelos fundos comunitários. "Pomos
sempre a questão de que o senhor presidente optou por ter uma boa conta
de tesouraria e esperar pelos fundos comunitários. Portanto, tivemos
aqui um ano onde as coisas andaram, vamos dizer, paradas à espera da
candidatura", diz, referindo-se a 2019. O
deputado único da CDU, que tem votado sempre contra os orçamentos deste
mandato, justificou a mudança de posição porque "pela primeira vez houve
abertura e a inclusão de recomendações" do partido, como as verbas para
o "incentivo à natalidade" e a criação do "fundo de solidariedade
municipal". António Machado reconhece que
tem existido um "rigor e controlo orçamental", mas destaca que não
acredita em mandatos perfeitos. "A fasquia
estava tão baixa que qualquer coisa que fosse boa era vista como uma
coisa muito positiva. O presidente está num patamar endeusado, mas há
sempre alguma coisa a melhorar, não acredito em mandatos perfeitos",
afirma. Quando Luís Silveira tomou posse,
em 2013, substituindo o socialista Manuel Soares Silveira, anunciou que a
dívida municipal ascendia a 12ME, valor que em 2018 se situava nos 3ME,
segundo o Instituto Nacional de Estatística. Hoje,
a autarquia anunciou a inclusão na lista de 100 melhores do país para
se viver (22.º lugar), segundo o Anuário Financeiro dos Municípios
Portugueses, elaborado pela Ordem dos Técnicos Oficiais de Contas. Apesar de várias tentativas, a Lusa não conseguiu falar com Luís Silveira.