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Vazio de poder atinge associação de municípios açorianos

Luís Silveira não apresentou candidatura. Sem líder e sem conselho de administração, AMRAA decidiu pedir parecer jurídico para resolver impasse


Autor: Paulo Faustino

A Associação de Municípios da Região Autónoma dos Açores (AMRAA) está sem liderança, um vazio de poder que se instalou depois de, na passada quarta-feira, nenhum dos 19 autarcas ter apresentado candidaturas e não ter sido eleita a composição do novo conselho de administração.

Tal como o Açoriano Oriental noticiou, o presidente da Câmara Municipal da Ribeira Grande (CMRG), o social-democrata Alexandre Gaudêncio, até agora presidente interino da associação e que chegou a ser apontado como candidato à sua liderança, não concretizou essa possibilidade por ser arguido na Operação Nortada, assim como também não o fez o nome que se falava que poderia avançar, Luís Silveira, presidente do município de Velas, em São Jorge, eleito pelo CDS-PP.

Anteontem, mesmo ao fim de três horas de reunião, a situação não saiu do impasse que, segundo apurou o Açoriano Oriental, os municípios estão agora a tentar desbloquear através de um pedido de parecer jurídico. “O pedido de parecer jurídico é para saber como fazer”, acentuou a nossa fonte, referindo que nenhuma data “ficou marcada” para a realização do ato eleitoral que se impõe.

À entrada da reunião na sede da AMRAA em Ponta Delgada, a expectativa que havia era que Luís Silveira, por já integrar o conselho de administração e ser um autarca experiente, pudesse ser eleito por unanimidade, como habitualmente ou pelo menos com maioria, como o novo presidente dos municípios açorianos. Mas assim não aconteceu e, no final, as explicações para o sucedido, a cargo do presidente da mesa da Assembleia-Geral, Carlos Ferreira (PSD), deixaram dúvidas no ar.

“Depois de um amplo debate e uma ampla reflexão, com bastante tempo naturalmente, entendemos que não estávamos em condições de eleger um novo conselho de administração para a AMRAA e, por isso, decidimos suspender os trabalhos e marcar uma nova reunião extraordinária, para fins eleitorais, com a maior brevidade possível”, enfatizou o presidente da Câmara Municipal da Horta, em declarações à Antena 1 Açores.

Carlos Ferreira está consciente da necessidade de rapidamente haver um novo presidente e conselho de administração no seio dos municípios, como forma até de impedir “prejuízos” resultantes do vazio de poder ao nível do aproveitamento (autárquico) de fundos comunitários.

“Todos os nomes podem estar em cima da mesa”, afirmou, mostrando-se convencido que “os autarcas da Região vão certamente muito em breve eleger um conselho de administração precisamente para impedir que possa haver prejuízos decorrentes desta situação”.