Vaticano pede ao Irão para evitar escalada do conflito em curso

12 de ago. de 2024, 12:10 — Lusa/AO Online

Num contacto telefónico com o Presidente Masoud Pezeshkian, o secretário de Estado do Vaticano, cardeal Pietro Parolin, apelou para o diálogo para evitar uma escalada do “gravíssimo conflito em curso”.Parolin manifestou a Pezeshkian “a séria preocupação da Santa Sé pelo que está a acontecer no Médio Oriente”, segundo um comunicado do Vaticano citado pela agência espanhola EFE.Reiterou “a necessidade de evitar de qualquer modo o alastramento do gravíssimo conflito em curso e preferindo, ao invés, o diálogo, a negociação e a paz”, disse o Vaticano no comunicado.O chefe da diplomacia do Vaticano felicitou ainda Pezeshkian pelo início do seu mandato, em 28 de julho, e abordou “questões de interesse comum”, acrescentou.O Papa Francisco já fez vários apelos para evitar a escalada do conflito e para um cessar-fogo imediato em todas as frentes.Numa das ocasiões, Francisco afirmou que “os ataques, incluindo os ataques seletivos, e os assassinatos nunca podem ser uma solução e não ajudam a percorrer o caminho da justiça e da paz e geram mais ódio e vingança”.As tensões entre a República Islâmica do Irão e Israel aumentaram em 31 de julho, quando um atentado matou o antigo líder do Hamas, Ismail Haniyeh, que estava de visita a Teerão.A morte de Hanieh não foi reivindicada, mas o Irão declarou que tinha “o direito legal de punir” Israel por o atentado ter sido cometido no seu território.Na mesma altura, um bombardeamento israelita em Beirute matou Fouad Chokr, o número dois do partido libanês Hezbollah, aliado do Irão.Desde então, receia-se uma retaliação iraniana ou do Hezbollah contra Israel, que poderá alargar a guerra entre o exército israelita e o grupo extremista palestiniano Hamas na Faixa de Gaza.O atual conflito em Gaza foi desencadeado por um ataque do Hamas em solo israelita, em 07 de outubro, que causou cerca de 1.200 mortos e duas centenas de reféns.Dez meses após o ataque, a ofensiva de retaliação de Israel fez quase 39.800 mortos na Faixa de Gaza.A França, a Alemanha e o Reino Unido também apelaram hoje, numa declaração conjunta, para que o Irão e os seus aliados se abstenham de ataques que agravem ainda mais o conflito e comprometam os esforços para um cessar-fogo.