Vasco Cordeiro transmitiu a Zelensky em Kiev apoio do poder local europeu
Ucrânia
21 de abr. de 2023, 05:50
— Lusa/AO Online
"Já várias vezes
foi dito que a Ucrânia está a lutar pela Europa. Eu acho que não se
tratam apenas de razões geopolíticas ou estratégicas. É, acima de tudo,
sobre valores, sobre princípios", sustentou Vasco Cordeiro, depois de um
encontro com Volodymyr Zelensky, na capital ucraniana.A deslocação a Kiev do
presidente do Comité das Regiões ocorreu no âmbito da apresentação de
uma aliança europeia de municípios e regiões para a reconstrução do
país.De acordo com uma nota, a delegação do Comité das Regiões foi convidada à viajar até Kiev
pelas autoridades ucranianas, na sequência da Cimeira Internacional dos
Municípios e Regiões.O presidente do
Comité das Regiões acrescentou que as cidades e regiões de toda a UE "e
de todo o mundo podem não ter o poder de trazer armas e munições" -
aquilo que a Ucrânia tem incessantemente pedido a todos os países que
estão desde 24 de fevereiro de 2022 a apoiá-la contra a invasão da
Federação Russa.Contudo, sustentou Vasco
Cordeiro, há um "papel que as comunidades locais e regionais estão a
desempenhar, e podem desempenhar, não só acolhendo as pessoas que
tiverem de abandonar" o país na sequência da invasão russa, "mas também
reforçando as parcerias que são necessárias para enfrentar esta difícil
situação e resolver os problemas que persistem".Por
isso, prometeu a disponibilidade do Comité da Regiões para ajudar a
consolidar "a existência de um governo local e regional democrático,
devidamente financiado e respeitado"."A
Ucrânia será, tal como outros países candidatos, um membro de pleno
direito da União Europeia. Nesse contexto, muitas áreas podem ser usadas
para expressar esta parceria, mas uma delas é exatamente o aspeto do
desenvolvimento de capacidades. A oportunidade de fortalecer o governo
local na Ucrânia", completou.A ofensiva
militar lançada a 24 de fevereiro de 2022 pela Rússia na Ucrânia causou
até agora a fuga de mais de 14,6 milhões de pessoas – 6,5 milhões de
deslocados internos e mais de 8,1 milhões para países europeus -, de
acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de
refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial
(1939-1945).Neste momento, pelo menos 18
milhões de ucranianos precisam de ajuda humanitária e 9,3 milhões
necessitam de ajuda alimentar e alojamento.A
invasão russa – justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a
necessidade de “desnazificar” e desmilitarizar a Ucrânia para segurança
da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade
internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e
imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.A
ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra 8.534 civis
mortos e 14.370 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém
dos reais.