Vasco Cordeiro sublinha empenho em cumprir recomendações do Tribunal de Contas
18 de jan. de 2019, 18:30
— Lusa/AO Online
Vasco
Cordeiro apontou “para aquilo que o TdC diz em relação à Conta da
região de 2017, em que faz 20 recomendações, e lembrou que “17 dessas
recomendações, é certo, já vêm de outros anos”.O
governante reconheceu “o cumprimento de nove recomendações por parte da
administração regional”, tendo sublinhado “a consciência e a vontade”
do Governo Regional em “dar cumprimento” às recomendações do TdC.O
chefe do executivo açoriano recebeu hoje, no Palácio de Santana, em
Ponta Delgada, o Juiz Desembargador José Manuel de Araújo Barros, que
tomou posse esta quinta-feira como Juiz Conselheiro da Secção Regional
dos Açores do Tribunal de Contas.O
líder socialista apontou o empenho no “diálogo, reconhecendo no
Tribunal [de Contas] um importante elemento de melhoria da própria ação
do Governo Regional”.“Há
matérias em que, naturalmente, existirão diferenças de entendimento,
têm existido, mas isso não é sinónimo, nem pode ser sinónimo, de menor
empenho, de menor correção ou de menor esforço na promoção do diálogo e
de concertação entre duas entidades que, no fundo, servem um interesse
comum – o interesse público”, considerou.O
recém-empossado Juiz Conselheiro salientou que as relações entre as
duas instituições “têm sido extremamente cordatas, sendo certo que isso é
tanto mais valioso quanto é certo que poderia haver eventual colisão de
funções exercidas pelo Tribunal de Contas e por este Governo Regional”.José
Manuel de Araújo Barros expressou o desejo de que “as relações entre o
Tribunal e todas as entidades, nomeadamente o Governo Regional,
continuem a ser tão amistosas como foram até agora”.Questionado
sobre o incumprimento das recomendações do TdC por parte do Governo
Regional dos Açores, o magistrado considerou que “a situação não será
tão grave”, revelando que acredita que qualquer recomendação “será
ultrapassada facilmente”.O
órgão judicial considerou, num relatório de dezembro de 2018, que a
Conta da região de 2017 tinha sido “afetada por erros e omissões
materialmente relevantes", nomeadamente em áreas como receitas da
administração regional ou a dívida da mesma, tendo o executivo apontado
um “entendimento diferente” sobre o “procedimento de classificação das
transferências do Orçamento do Estado para os Açores”.Segundo
o relatório do Tribunal de Contas, "verificou-se uma indevida inscrição
e registo, no Orçamento e na Conta, de receitas da administração
regional direta que, globalmente consideradas, têm repercussões
materialmente relevantes nos saldos corrente, de capital e primário".O
Governo Regional alegou que “os registos efetuados não afetam
materialmente o valor da receita da região, nem o saldo global da
Conta”, tendo apontado uma diferença de registo entre receitas correntes
e de capital, em que a região optou pelo mesmo critério utilizado pela
Madeira e pelo Estado central.