Vasco Cordeiro pede "tranquilidade" ao PSD/Açores sobre contas da região
27 de mar. de 2019, 13:02
— Lusa/AO Online
"É
pena que esse partido [PSD] enverede por uma crítica que denota algum
desprezo e até alguma arrogância na apreciação de um crescimento
económico de 2,3% em termos reais, e que antes de fazer essa crítica não
tenha tido o cuidado de estudar o que se passa a nível europeu e até
nacional", declarou o presidente do executivo socialista, Vasco
Cordeiro, aos jornalistas, à margem da visita estatutária do executivo à
ilha das Flores.Para o governante, "se
houvesse um bocadinho de serenidade e tranquilidade" no PSD, seria
entendido que Portugal "cresce, em termos de criação de riqueza, acima
da zona euro e da União Europeia (UE), e os Açores crescem acima" da
média nacional, da zona euro e da UE. "O
que se estima é que em 2018 a criação de riqueza na UE tenha crescido
1,9%. Na zona euro o que se estima é que a criação de riqueza tenha
crescido 1,8%. No nosso país estima-se que no ano passado tenha crescido
2,1%. E nos Açores o que se estima é que a criação de riqueza tenha
crescido 2,3%", prosseguiu Vasco Cordeiro.Sobre
o défice da região, o chefe do executivo açoriano diz que "só por má fé
não se percebe o que aconteceu em 2018", falando numa "situação clara,
pontual", que teve que ver com uma garantia financeira dada à
transportadora aérea SATA.O presidente do
PSD/Açores, Alexandre Gaudêncio, criticou na terça-feira o executivo
regional por, disse, se "contentar com pouco" em matéria económica,
acrescentando que a região devia estar a crescer "o dobro" para se
aproximar da média nacional."Um
crescimento na ordem do dobro, 4%, 5%, era o exigível nesta altura do
campeonato", declarou aos jornalistas o social-democrata, no dia
seguinte ao Serviço Regional de Estatística dos Açores (SREA) ter
estimado que, em 2018, a região teve um crescimento do Produto Interno
Bruto (PIB) de 2,3% em volume e 4,04% em valor, para os 4.295 milhões de
euros.O défice da Administração Regional
dos Açores de 2018 agravou-se em 74,1 milhões de euros, para 126
milhões, resultado explicado por uma garantia dada à SATA no valor de 76
milhões de euros, segundo o INE.Segundo a
primeira notificação de 2018 relativa ao Procedimento por Défices
Excessivos, remetida na terça-feira pelo INE ao Eurostat, o aumento do
défice na região "é explicado pelo registo como transferência de
capital, com impacto na necessidade de financiamento, da concessão de
uma garantia e de um aumento de capital do Governo Regional" à SATA no
valor de 76 milhões de euros.No que refere à dívida pública, o aumento nos Açores foi de 1.690,4 milhões de euros para 1.859 milhões.Relativamente
à dívida bruta, esclarece o INE, a legislação europeia exclui da
análise a dívida comercial, a dívida das empresas públicas que não
integram o setor das administrações públicas e a dívida dos municípios e
freguesias localizados nos territórios das regiões autónomas, números
registados no subsetor da administração local.