Vasco Cordeiro pede que se "esclareça tudo" em torno da Azores Parque
22 de out. de 2020, 13:43
— Lusa/AO Online
"O que penso sobre
isso é exatamente a mesma coisa que penso sobre anteriores situações,
sobre a situação do dr. Alexandre Gaudêncio, sobre a situação do dr.
Duarte Freitas, em relação àquilo que são acusados. Em relação a eles,
como há em relação a todos, há a presunção da inocência. E também em
relação ao dr. Bolieiro", declarou Vasco Cordeiro, que concorre nas
eleições regionais de domingo a um terceiro mandato como presidente do
Governo dos Açores.O candidato socialista
aludia a processos na Justiça envolvendo os anteriores líderes do PSD
nos Açores: Duarte Freitas, que liderou a estrutura entre finais de 2012
e 2018, e Alexandre Gaudêncio, que lhe sucedeu até abandonar o cargo em
finais de 2019. E prosseguiu, falando na
Ribeira Grande, numa ação de campanha na ilha de São Miguel, e já
abordando a questão da Azores Parque, hoje noticiada pelo Público: "Que
se esclareça tudo o mais rapidamente possível. É apenas aquilo que
gostaria de dizer".José Manuel Bolieiro
chegou a presidente do PSD/Açores em dezembro do ano passado e está
atualmente em campanha eleitoral para o sufrágio de domingo.Hoje
também, o social-democrata disse que, enquanto presidente da Câmara de
Ponta Delgada, agiu em defesa do interesse do município no caso da venda
da Azores Parque, sublinhando a “transparência dos procedimentos”.Em
declarações aos jornalistas na ilha das Flores, o candidato a
presidente do Governo Regional lamentou que haja uma tentativa de “pôr
em causa a honra do político” na véspera do sufrágio.O
jornal Público noticia hoje que Bolieiro está a ser investigado pelo
Ministério Público pelo crime de insolvência culposa quando era
presidente da maior autarquia açoriana, estando em causa a venda da
empresa municipal Azores Parque em março 2019.Segundo
o jornal, a empresa encontrava-se falida, tinha mais de 11 milhões de
euros de passivo e a autarquia preparava-se para a extinguir e
internalizar, quando, naquela data, acabou por a vender por 500 euros.“Lamento
que nesta altura queiram pôr em causa a honra do político que está à
beira das eleições. É inequívoca a minha honra, a transparência dos
procedimentos”, afirmou o líder dos sociais-democratas açorianos.Segundo
o Público, depois da venda, e em poucos meses, de acordo com um parecer
do administrador judicial, parte do ativo imobiliário da sociedade foi
vendido e a sua conta bancária completamente esvaziada, na véspera da
declaração de insolvência pelo Tribunal de Ponta Delgada (TPD), a pedido
do maior credor, o banco Santander Totta.Entre
os investigados está também a atual presidente da autarquia, Maria José
Duarte, que substituiu Bolieiro no cargo em junho deste ano e que na
altura da venda era vogal da administração da empresa. José
Manuel Bolieiro presidiu ao conselho de administração da Azores Parque
entre julho de 2016 e dezembro de 2017, segundo o Público.Questionada
pela Lusa, a assessoria da atual presidente da câmara remeteu
comentários para quando estiver concluído o relatório da comissão de
inquérito aprovada pela Assembleia Municipal relativamente à venda da
empresa.Ao todo, são 13 as forças
políticas que se candidatam aos 57 lugares da Assembleia Legislativa
Regional: PS, PSD, CDS-PP, BE, CDU, PPM, Iniciativa Liberal, Livre, PAN,
Chega, Aliança, MPT e PCTP/MRPP.Nas
anteriores legislativas açorianas, em 2016, o PS venceu com 46,4% dos
votos, o que se traduziu em 30 mandatos no parlamento regional, contra
30,89% do segundo partido mais votado, o PSD, com 19 mandatos, e 7,1% do
CDS-PP (quatro mandatos).O BE, com 3,6%, obteve dois mandatos, a coligação PCP/PEV, com 2,6%, um, e o PPM, com 0,93% dos votos expressos, também um.