Vasco Cordeiro manifesta "incompreensão" pela TAP deixar de cumprir obrigações nos Açores
O presidente do Governo dos Açores manifestou hoje "incompreensão" pela TAP ter deixado de assumir as suas responsabilidades de serviço público na região como determinou o seu acionista, que é o Estado.

Autor: AOnline/LUSA

"Seria desleal com a minha consciência se nesta oportunidade, referindo a importância que o novo modelo tem também nas ilhas de São Miguel e Terceira, não desse conta pública de um lamento e de uma incompreensão da minha parte, que é o facto da TAP ter abandonado as rotas do Faial e do Pico", disse Vasco Cordeiro.

O chefe do executivo açoriano, que falava na cerimónia comemorativa dos 180 anos da Câmara de Comércio e Indústria de Ponta Delgada, frisou que a transportadora aérea nacional, ainda como empresa pública, "faltou a um compromisso e uma orientação" do Conselho de Ministros de 15 de janeiro de 2015.

A TAP anunciou que ia deixar de voar para a ilha do Pico e Faial e que se manterá apenas nas rotas totalmente liberalizadas (São Miguel e Terceira) no âmbito do novo modelo de transporte aéreo.

Na decisão do Governo da República, segundo Vasco Cordeiro, ficou definido que o privado que viesse a adquirir a TAP teria que assegurar rotas de serviço para ambas as regiões autónomas, o que não acontece, no caso dos Açores,neste momento, em nenhuma rota, ficando a transportadora nacional em igualdade de circunstâncias com as "low cost" nas rotas liberalizadas.

Vasco Cordeiro, perante a presença na cerimónia promovida pela CCIPD do secretário de Estado dos Transportes, declarou que quer que se "esclareça em que termos" se está, com a TAP, ainda antes da sua privatização, a não cumprir as suas obrigações.

O líder do executivo açoriano considerou que a entrada hoje em vigor do novo regime de transporte aéreo nos Açores, constituiu um "marco na história das acessibilidades aéreas" da região com impacto na criação de riqueza e emprego.

Recordando que o Governo dosAçores tomou a iniciativa de avançar com a negociação com o Governo da República de um novo modelo de transporte aéreo em agosto de 2011, Vasco Cordeiro considera que três anos e meio depois se encontrou uma boa solução para estudantes e residentes e para o mercado.

O presidente do executivo afirmou concordar "em absoluto" com o secretário de Estado dos Transportes quando refere que não interessa discutir paternidades do novo modelo de transporte aéreo.

"Ou melhor, eu revejo-me nas palavras do senhor primeiro-ministro quando ainda recentemente, na nossa região, embora noutra qualidade, referiu que este novo modelo foi o fruto da colaboração fértil e efetiva das conversações entre o Governo da República e o Governo Regional dosAçores", declarou Vasco Cordeiro.

O líder do governo açoriano considera que se está perante um "novo patamar" que deve ser aproveitado, sublinhando também as virtudes do novo modelo em termos de novas soluções de carga.