Vasco Cordeiro espera que venda de património da RTP/Açores tenha sido bem ponderada

21 de ago. de 2015, 14:34 — LUSA/AO online

Vasco Cordeiro recebeu em audiência a nova direção da RTP/Açores, em Ponta Delgada, e disse no final que reiterou neste encontro a disponibilidade que já manifestou ao Conselho de Administração da RTP "de possibilitar, no âmbito do sistema de incentivos da região, o apoio aos investimentos" necessários para a "requalificação e modernização tecnológica" do centro regional da rádio e televisão públicas. Segundo afirmou, há "conversações em curso" com a administração da RTP com o objetivo de chegar a um acordo em relação a esta matéria. O presidente da RTP revelou a 22 de junho que a empresa tem um plano de investimento para os Açores de dois milhões de euros, estando a administração a articular-se com o Governo Regional "para concorrer aos sistemas de incentivos", ou seja, fundos estruturais, dado que os Açores são uma região periférica. Gonçalo Reis disse ainda, no mesmo dia, à Lusa, que a RTP vai também fazer a requalificação das instalações que tem nos Açores, tendo um programa de alienação do imobiliário que está desadequado e envelhecido. Além disso, em Ponta Delgada, a RTP vai fundir a rádio e a televisão nas mesmas instalações. Um dos edifícios que a RTP colocou à venda em Ponta Delgada é o edifício do antigo Emissor Regional dos Açores, junto às instalações onde está atualmente a rádio pública e para onde vai também a televisão. A imprensa regional noticiou nos últimos dias que a Câmara de Ponta Delgada pode travar a venda daquele edifício transformando-o em património municipal, na sequência de uma proposta da Comissão Municipal de Toponímia. Foi também lançada uma petição a pedir ao Governo Regional que compre o edifício e o transforme num museu da história da rádio nos Açores. Questionado sobre esta questão e sobre a eventual falta de capacidade das instalações atuais da rádio em Ponta Delgada para receber também a RTP, Vasco Cordeiro respondeu que "quem tem a responsabilidade de gerir o património da RTP/Açores é a RTP", mas que parte do princípio de que "essa decisão foi devidamente ponderada" e analisadas as "suas vantagens" e "eventuais inconvenientes". "Agora, o que me parece é que não é com o resultado desta venda que a RTP vai resolver as suas necessidades de investimento para financiamento. Por várias razões, históricas e até de previsão de futuro (...), espero sinceramente que essa decisão tenha sido muito bem ponderada", afirmou. Quanto ao apelo do abaixo-assinado, disse ser preciso "evitar cair na tentação de que sempre que o Governo da República ou uma instituição da República não cumpre com a sua função, então, é a Região Autónoma dos Açores ou os açorianos que têm de o fazer". "Não, esse é um dever e uma responsabilidade destas entidades", vincou.