Vasco Cordeiro diz que quadro de financeiro da UE "fica aquém da ambição" necessária
18 de out. de 2018, 15:34
— Lusa/AO Online
“A
proposta inicial da Comissão Europeia para o próximo Quadro Financeiro
Multianual, infelizmente, fica aquém da ambição que se exigia para o
momento e os desafios atuais com que a União Europeia (UE) e a Europa se
confrontam”, disse Vasco Cordeiro na sessão de abertura do encontro.A
reunião da CRPM reúne durante três dias mais de duas centenas de
delegados, incluindo presidentes de regiões, políticos eleitos de
regiões de toda a Europa e representantes das instituições da UE,
representando cerca de 160 regiões de 25 estados e alguns países
limítrofes.Salientando
que a negociação deste quadro acontece num “momento complexo da vida da
UE e das suas diferentes parcelas”, o responsável opinou que pode ser
“particularmente difícil”.No
seu entender, também “pode, inclusivamente, ser perigoso, no que pode
significar, quer para o conjunto da União Europeia, quer também para os
estados-membros e regiões”.O
também presidente do Governo Regional dos Açores, sustentou que, “pela
primeira vez, numa proposta de orçamento da UE, o montante de fundos que
deve ser gerido diretamente pela Comissão Europeia é maior do que o
montante destinado a ser gerido pelos estados-membros e regiões em
conjunto, numa clara contradição princípio da subsidiariedade que
deveria ser a regra na UE”.O
responsável mencionou que este quadro para o período 2017/2020 foi
apresentado como sendo “pragmático e moderno”, tendo posteriormente o
presidente Juncker defendido que era necessário fazer uma escolha entre
“novas estratégias” ou “apostar em políticas antigas”.“No
fundo, apresentou-nos uma visão maniqueísta e redutora bem patente na
seguinte declaração: "ou ficamos com o que temos ou incluímos as novas
políticas para o futuro”, argumentou.O
presidente da CRPM apontou que “os riscos principais não se centram
apenas nos montantes financeiros agora propostos para cada política por
parte da Comissão ou a sua respetiva distribuição por Estado Membro”.Vasco
Cordeiro complementou que “têm a ver com o ‘corte’ efetuado em alguns
dos aspetos nucleares do projeto comunitário de par em par com os meios e
ferramentas essenciais para apoiar um melhor desenvolvimento social,
económico e territorial e dar às regiões margem suficiente para
concretizarem a ambição da UE no terreno, incluindo em questões como a
migração e o fluxo de refúgios gestão e assistência”.“Pior,
pela primeira vez numa proposta de orçamento da UE, o montante de
fundos que deve ser gerido diretamente pela Comissão Europeia é maior do
que o montante destinado a ser gerido pelos estados-membros e regiões
em conjunto, numa clara contradição do princípio da subsidiariedade que
deveria ser a regra na UE”, criticou.Vasco
Cordeiro assinalou que a CRPM “não é contra a necessidade de enfrentar
novas prioridades” por parte da Comissão Europeia (CE), como o apoio aos
migrantes que atravessam o Mediterrâneo.Mas,
enfatizou que a CE devia ter sido “mais ambiciosa” na questão do
Orçamento da UE, “incluindo ao nível dos recursos solicitados ao
conjunto dos estados-membros”.“Será
importante tentarmos alcançar um acordo ambicioso o mais rapidamente
possível e, de preferência, antes das eleições para o Parlamento
Europeu”, defendeu.Nesta
sessão marcaram presença, entre outras entidades, o ex-presidente do
Governo da Madeira e da CRPM, Alberto João Jardim, e o representante da
República, Ireneu Barreto.Esteve
prevista a participação do Presidente da República, Marcelo Rebelo de
Sousa, e do Comissário Europeu de Investigação, Ciência e Inovação,
Carlos Moedas, mas não puderam deslocar-se à Madeira como previsto
devido ao vento forte que originou o cancelamento de três voos na noite
de quarta-feira.Carlos Moedas transmitiu uma mensagem aos presentes.