Vasco Cordeiro diz que os prejuízos no Porto Judeu são "muito avultados"

14 de mar. de 2013, 18:36 — Lusa/AO Online

“Se é certo que aqui, felizmente, não houve perda de vidas, o facto é que houve prejuízos muito avultados”, frisou Vasco Cordeiro. Por volta das 00:00 locais, uma ribeira transbordou no centro da freguesia do Porto Judeu, no concelho de Angra do Heroísmo, provocando algumas inundações e danificando caminhos e viaturas. No Porto Judeu, foram afetadas “aproximadamente quatro dezenas de casas”, segundo Vasco Cordeiro, mas os prejuízos vão para além das necessidades de intervenção em habitações. Três troços rodoviários estão ainda intransitáveis e assim deverão continuar, tendo em conta que a força das águas abriu o chão. “É um cenário de devastação não apenas aqui na freguesia, mas nas zonas circundantes, com prejuízos em caminhos agrícolas, ao nível de pastagens, de produção agrícola”, salientou o presidente do Governo Regional. Segundo Vasco Cordeiro, “ainda não é possível contabilizar os danos”, mas uma equipa do Laboratório Regional de Engenharia Civil (LREC) chegará esta sexta-feira à ilha Terceira para “fazer uma análise quanto à segurança de algumas das habitações”. Durante a tarde, a intensidade da chuva abrandou, o que permitiu que os trabalhos de limpeza fossem mais céleres. Também os moradores arregaçaram mangas para limparem o rasto das inundações, como Cristina Matos, que reside na rua do Jogo da Bola, uma das mais afetadas. Por volta da meia-noite, a água que corria pela ribeira que atravessa o centro da freguesia do Porto Judeu saltou para a estrada paralela, “em vez de seguir o seu curso”. “Só tivemos tempo de fugir com os carros para o quintal do vizinho”, descreveu a moradora, acrescentando que um deles “já tinha água até aos bancos”. O rés do chão da casa de Cristina Matos ficou “todo inundado”. O frigorífico e o fogão ficaram a “boiar”, mas o casal ainda conseguiu salvar alguns móveis para o primeiro andar. “Isto é uma calamidade. Não há rua”, salientou a moradora, apontando para a via destruída. Cristina Matos, que vive há dois anos no Porto Judeu, recordou que no ano passado a ribeira também transbordou e que os vizinhos lhe disseram que “há 50 anos que não viam tal coisa”.