Vasco Cordeiro diz que geringonça nos Açores "agrava" situação económica na região
13 de abr. de 2022, 15:34
— Lusa/AO Online
“A
geringonça nacional resolveu problemas, recuperou económica e
socialmente o país. Esta geringonça [nos Açores], está a agravar as
circunstâncias sociais e económicas da nossa região. Essa é uma
diferença fundamental que faz com que haja degradação das instituições,
um clima de desânimo e a uma desilusão”, declarou Vasco Cordeiro.O
líder regional socialista, que convocou os órgãos de comunicação social
para apresentar a sua recandidatura à liderança do maior partido da
oposição nos Açores, considerou que o “sentido político duma [eventual]
remodelação está ferido de morte” e “foi completamente desbaratado pelo
Governo Regional” e pelo seu líder, José Manuel Bolieiro (PSD)."Quando
existe um partido político que faz parte desta maioria absoluta que
sustenta o Governo e diz que tem já o acordo do presidente do Governo
quanto a uma remodelação, quando insistiu que tinha essa garantia,
quando colocou essa exigência, José Manuel Bolieiro não teria ficado
apenas pela declaração que é a ele que compete fazer as remodelações”,
apontou Vasco Cordeiro, referindo-se ao Chega.Questionado
sobre se avançou para uma recandidatura por falta de alternativa
interna, o dirigente referiu que “qualquer militante do PS/Açores pode,
poderia ter apresentado a sua candidatura”, salvaguardando que “há
vários, felizmente, militantes do PS/Açores que, se quisessem e
entendessem, teriam condições para serem candidatos".Quando
interrogado sobre se não seria mais fácil para o PS/Açores procurar um
novo ciclo político se se tivesse retirado de cena, Vasco Cordeiro
declarou que “a resposta a esta pergunta será dada pelas eleições
internas”.Para justificar a sua
recandidatura, Vasco Cordeiro referiu: “Porque acho que aprendi e porque
acho que há ainda mais a aprender. Aprendi, não só com os cargos e
funções que exerci, mas aprendi, atrevo-me a dizer, sobretudo com aquilo
que o povo açoriano me disse e disse ao PS/Açores em outubro de 2020”.O
líder socialista reiterou que o “povo açoriano, é importante não
esquecê-lo, não votou pela derrota do PS/Açores”, salvaguardando que “o
PS venceu as eleições de outubro de 2020”.“Mas
o povo açoriano foi claro na sua mensagem de sinalizar descontentamento
e cansaço com a forma como o PS/Açores atuava e com a forma como o
PS/Açores governava. Foi claro a sinalizar que, mesmo não querendo mudar
o PS/Açores para fora do Governo, queria que o PS/Açores mudasse, desde
logo, a sua forma de atuar, de se relacionar e de governar”, frisou o
dirigente.Vasco Cordeiro acrescenta que se
recandidata “porque os Açores não estão, nem podem estar, condenados a
este estado de degradação, de desilusão e de desânimo para o qual são
diariamente arrastados pelo atual Governo Regional” porque quer “liderar
uma alternativa séria, competente, capaz e motivada ao crescente
pântano político que se vive atualmente”."Aquilo
que sobra em arrogância e demagogia ao Chega, falta em coragem política
ao Governo Regional para pôr toda esta situação em 'pratos limpos',
referiu o dirigente.Segundo Vasco
Cordeiro, “a par da degradação das instituições e da desilusão, há,
igualmente, um profundo desânimo, um sentimento de que os Açores estão a
ficar para trás, fruto das opções deste Governo".As eleições diretas para a presidência do PS/Açores irão realizar-se nos dias 22 e 23 de abril.Eleito
pela primeira vez em 2013 como líder do PS açoriano, sucedendo a Carlos
César, Vasco Cordeiro cumprirá o quarto mandato, se for reeleito.A 14 de outubro de 2012, venceu as primeiras eleições legislativas regionais, tendo sido reeleito em 2016.Em
2020, o PS falhou a maioria absoluta nos Açores, tendo os socialistas
perdido o poder para uma coligação de direita pós-eleitoral formada pelo
PSD/CDS-PP/PPM, com acordos parlamentares com o Chega e Iniciativa
Liberal.Desde então, o socialista assumiu
as funções de líder do Grupo Parlamentar do PS/Açores na Assembleia
Legislativa Regional, sendo ainda o Primeiro Vice-presidente do Comité
das Regiões.