Vasco Cordeiro diz que episódio Mota Amaral evidencia "fragilização partidária" do PSD
Europeias
21 de mar. de 2019, 15:05
— Lusa/AO Online
"Há
uma clara fragilização partidária e há um perfeitamente escusado
aproveitamento pessoal, pessoal no sentido do aproveitamento da pessoa",
disse Vasco Cordeiro à agência Lusa, sem querer aprofundar comentários
em torno de questões de outros partidos que não o seu.Questionado
sobre uma eventual fragilização institucional da figura do presidente
do Governo dos Açores como resultado do impasse em torno do avanço ou
não de Mota Amaral, o governante foi perentório: "Não acho que haja uma
fragilização política e institucional da figura de presidente do Governo
[Regional]".E reiterou: "O que me parece é que há claramente aqui uma fragilização partidária e por essa área não quero entrar".Vasco
Cordeiro, que falava à margem de uma sessão numa escola na Maia,
concelho da Ribeira Grande, assinalou novamente que seria importante
para os Açores ter o maior número de vozes possível a "defender" a
região na Europa, mas a confirmar-se a eleição de um só parlamentar
açoriano, o candidato em causa, o socialista André Bradford, "está
perfeitamente consciente dessa responsabilidade", acredita o líder do
executivo regional e do PS/Açores.O PSD/Açores anunciou já que não vai fazer campanha para as europeias de maio.De
acordo com a secretária-geral dos sociais-democratas açorianos, Sabrina
Furtado, ao não integrar Mota Amaral em lugar elegível na lista do
partido para o Parlamento Europeu, Rui Rio promoveu um “declarado e
consciente ataque à autonomia dos Açores”. O
líder nacional queria que o fundador do PSD e antigo presidente da
Assembleia da República figurasse em oitavo lugar na lista, posição que,
a avaliar pelas sondagens, não será elegível.Mota
Amaral e a estrutura regional do PSD recusaram aceitar o lugar indicado
por Rui Rio e os Açores não indicaram nenhum outro nome para a lista
nacional, o que acontece pela primeira vez em cerca de 30 anos.Tradicionalmente,
tanto o PS como o PSD asseguram lugares elegíveis para os Açores, mas
desta vez o socialista André Bradford será, ao que tudo indica, o único
com origem na região com assento no Parlamento Europeu.Em
coluna de opinião publicada esta semana na imprensa açoriana, Mota
Amaral acusou a direção nacional do partido de lançar "borda fora" um
"compromisso estrutural e histórico" com as autonomias dos Açores e da
Madeira."O presidente do PSD, quando se
deslocou aos Açores, na fase de campanha para as eleições internas para a
liderança, expressamente respondeu, em sessão pública, que manteria a
tradição de haver um candidato dos Açores em posição elegível na lista
para o Parlamento Europeu. A sua credibilidade política fica assim
debilitada perante os militantes, simpatizantes e potenciais eleitores
do PSD na Região Autónoma dos Açores", sublinhou o histórico
social-democrata.